Médico é afastado após faltar a parto no AM; bebê morre
Médico afastado após faltar a parto; bebê morre no AM

Falta médica em parto crucial termina em tragédia no Amazonas

Um médico boliviano foi afastado de suas funções no Hospital Regional de Eirunepé Vinícius Conrado, no interior do Amazonas, após não comparecer para realizar o parto de uma jovem gestante de 18 anos. O falecimento do recém-nascido ocorreu na madrugada de sábado, 22 de junho, levantando graves questionamentos sobre a assistência médica na região.

Cinco horas de espera por socorro

De acordo com informações apuradas, o profissional Humberto Fuertes Estrada estava de sobreaviso quando a parturiente chegou à unidade hospitalar por volta das 4h da madrugada. Com o trabalho de parto em andamento, a equipe do hospital iniciou uma verdadeira corrida contra o tempo para localizar o médico.

Múltiplas tentativas de contato foram realizadas sem sucesso. A direção do hospital chegou a enviar uma ambulância até a residência do médico, mas ele não atendeu às chamadas. A prefeitura local também tentou estabelecer comunicação, igualmente sem retorno.

O médico só apareceu no hospital aproximadamente às 9h da manhã - cerca de cinco horas após a paciente ter dado entrada na unidade de saúde.

Consequências irreparáveis

Quando finalmente o parto foi realizado, a situação já havia atingido um desfecho trágico. Testemunhas relataram que o bebê aspirou fezes e restos de placenta durante o procedimento, vindo a falecer aproximadamente uma hora após o nascimento.

O caso foi imediatamente encaminhado às autoridades competentes. O médico boliviano foi conduzido à delegacia do município para prestar esclarecimentos sobre sua ausência no momento crítico do parto.

Investigações em andamento

As instituições envolvidas no caso foram acionadas para apurar as responsabilidades. O g1 tenta contato com a defesa do médico desde a ocorrência, buscando ouvir a versão do profissional sobre os fatos.

A reportagem também solicitou posicionamentos oficiais da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e da Polícia Civil do Amazonas, aguardando respostas que possam esclarecer os procedimentos adotados e as medidas que serão tomadas para evitar recorrências.

O afastamento do médico do Hospital Regional de Eirunepé foi determinado imediatamente após o incidente, enquanto as investigações sobre as circunstâncias da morte do recém-nascido seguem seu curso legal.