O renomado jornalista Maurício Kubrusly, de 80 anos, recebeu alta da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, na Bahia, na última quarta-feira, dia 17 de dezembro de 2025. A internação repentina do ex-repórter da TV Globo foi necessária para o tratamento de um hematoma subdural crônico, uma condição neurológica grave.
Diagnóstico e motivo da internação
Em entrevista exclusiva à coluna GENTE, o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola detalhou o quadro clínico que levou à hospitalização. O médico explicou que o hematoma subdural crônico é um acúmulo de sangue entre o cérebro e a dura-máter, uma de suas membranas protetoras.
"Geralmente, essa condição é causada por um trauma craniano, como uma queda ou um golpe, que pode romper pequenas veias na região", afirmou o especialista. O sangramento, que é lento, pode aumentar a pressão intracraniana ao longo do tempo, comprometendo seriamente as funções cerebrais se não for tratado.
No caso de Kubrusly, o monitoramento constante em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi crucial. Espíndola ressaltou que, em pacientes idosos, a evolução do problema pode ser mais lenta e silenciosa, exigindo atenção redobrada da equipe médica.
Vida atual e quadro de saúde preexistente
Maurício Kubrusly vive desde 2018 no sul da Bahia, junto com sua esposa, Beatriz Goulart, e seu cachorro, Shiva. O jornalista, que ficou famoso nacionalmente pelo quadro 'Me Leva, Brasil' – no qual apresentava curiosidades culturais de diversas regiões do país –, convive desde 2018 com um diagnóstico de demência frontotemporal.
Por conta dessa condição neurodegenerativa, ele não tem mais lembranças de seu passado profissional. A boa resposta ao tratamento do hematoma e a consequente alta hospitalar são vistas como um desfecho positivo, que reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento especializado em neurologia.
O que é o hematoma subdural crônico?
O neurocirurgião Victor Hugo Espíndola enfatizou a seriedade da condição. O hematoma subdural crônico é uma emergência médica que exige intervenção rápida para aliviar a pressão sobre o cérebro. O tratamento bem-sucedido, como ocorreu com Kubrusly, pode prevenir sequelas graves.
"A alta hospitalar indica que o quadro foi controlado a tempo", completou o médico, destacando o desfecho favorável para o veterano repórter. O episódio serve de alerta para a necessidade de monitorar a saúde neurológica, especialmente em indivíduos da terceira idade, que são mais suscetíveis a traumas e suas complicações.