Um caso de violência contra trabalhadores de limpeza urbana chocou a capital goiana no último fim de semana. Dois garis do Consórcio Limpa Gyn foram agredidos fisicamente por um grupo de lutadores de jiu-jitsu após se recusarem a recolher um saco de lixo que estava rasgado. O incidente ocorreu no bairro Jardim América, em Goiânia, no sábado, dia 14 de setembro.
O desentendimento que gerou a violência
De acordo com o relato prestado pelos profissionais à Polícia Civil, a confusão começou de forma simples. Durante a rota de coleta, os garis seguiram uma orientação padrão da empresa e deixaram para trás um saco de lixo que estava rasgado. A norma do consórcio determina que a equipe não deve recolher resíduos acondicionados de maneira inadequada, visando a segurança operacional e a higiene.
Os sacos, quando rompidos, espalham sujeira durante a manipulação e no interior do caminhão compactador. A Limpa Gyn reforçou que é obrigação da população acondicionar o lixo em sacos resistentes, bem fechados e lacrados. A função do coletor, segundo a empresa, é recolher o lixo já ensacado corretamente, e não realizar o ensacamento.
Agressão e investigação policial
Insatisfeitos com a atitude dos garis, homens que se identificaram como praticantes de jiu-jitsu e estavam em uma academia local iniciaram uma discussão que rapidamente escalou para a agressão física. A Polícia Militar foi acionada e compareceu ao local, mas não encontrou os suspeitos.
As vítimas passaram por exame de corpo de delito para documentar as lesões. A Polícia Civil, que assumiu o caso, orientou os garis a comparecerem ao 7º Distrito Policial (DP) de Goiânia em um prazo de até seis meses para acompanhar o andamento das investigações. Os nomes dos agressores ainda não foram divulgados oficialmente.
Repercussões e posicionamentos
A empresa responsável pela coleta, o Consórcio Limpa Gyn, informou que seu departamento jurídico está acompanhando o processo e vai exigir a punição dos responsáveis pelas agressões. Em nota, a federação que representa a modalidade esportiva no estado, a Federação de Jiu-Jitsu de Goiás, afirmou não ter conhecimento do incidente.
A reportagem também tentou contato com a academia onde os lutadores estariam, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Da mesma forma, a defesa dos envolvidos não pôde ser localizada, já que suas identidades não foram tornadas públicas.
Um vídeo registrado no local pela TV Anhanguera mostra o caminhão de coleta e um grupo de homens em meio a uma discussão acalorada, ilustrando a tensão do momento. O caso reacende o debate sobre a violência contra trabalhadores de serviços essenciais e a importância do respeito às normas de coleta para a segurança de todos.
