A vereadora Laricy Oliveira, filiada ao Podemos, tornou-se suspeita de ameaçar profissionais de saúde e causar danos ao patrimônio público no Hospital Municipal São Paulo, localizado em Americano do Brasil, região central de Goiás. O incidente, registrado na quarta-feira (17), ocorreu enquanto a parlamentar acompanhava sua filha, que estava em trabalho de parto.
Motivação: medo pela vida da filha em trabalho de parto
Em entrevista ao g1, a vereadora, que também é advogada, confirmou sua presença no hospital e explicou as razões de seu ato. Segundo Laricy, sua filha, Ana Laura Fernandes, de 21 anos, estava grávida de 40 semanas e já havia passado por duas cesarianas anteriores. Diante deste histórico, um terceiro parto normal representaria um risco significativo.
"A minha filha já estava há mais de duas horas aguardando maior dilatação para ser submetida a um parto normal. Ela não poderia estar sendo submetida a essa espera. No hospital não tinha sequer um médico anestesista", relatou a parlamentar. Ela acrescentou que a jovem havia entrado em trabalho de parto antes da data marcada para a cesárea, que seria 18 de dezembro.
Confronto com a equipe médica e entrada forçada
De acordo com o relato de Laricy, ela enfrentou resistência do médico de plantão, que insistia na via natural do parto. Temendo pela segurança da filha e do neto, e após tentar, sem sucesso, contextualizar a situação de risco baseada nas complicações do parto anterior – que incluiu ruptura da bolsa, perda excessiva de líquido e sangramento –, a vereadora decidiu forçar a entrada no centro cirúrgico.
"Eu entrei, mas não quebrei nada. Forcei a porta, de fato. Minha filha estava na terceira gestação... No parto anterior... teve ruptura de bolsa, perdeu muito líquido e perdeu sangue. Não era um parto comum. Eu precisava fazer alguma coisa", justificou.
Desfecho do caso e situação atual
O parto cesárea foi realizado na madrugada de quinta-feira (18). Tanto Ana Laura quanto o recém-nascido permanecem internados no hospital, seguindo os protocolos médicos para a recuperação pós-cirúrgica. A Polícia Militar registrou a ocorrência, mas a administração do Hospital Municipal São Paulo e a prefeitura de Americano do Brasil não se pronunciaram sobre o caso quando contatadas pela reportagem.
A vereadora insiste que agiu movida pelo desespero de evitar uma tragédia familiar, destacando os riscos de uma ruptura uterina em um parto normal após duas cesáreas. O episódio levanta debates sobre atendimento médico, protocolos hospitalares e a atitude de autoridades públicas em situações de emergência pessoal.