A Polícia Civil do Amazonas cumpriu, no último sábado (6), uma prisão preventiva que expõe um caso chocante de violência sexual infantil e tortura no interior do estado. Um homem de 40 anos foi detido na zona rural de Maraã, município distante 634 quilômetros de Manaus, acusado de estuprar e explorar sexualmente a própria filha, hoje com 17 anos.
Uma década de abusos e tortura
Segundo a delegada Mayara Magna, titular do caso, as investigações tiveram início em 15 de novembro, após a tia da adolescente formalizar a denúncia. A polícia descobriu que os abusos sexuais contra a jovem começaram quando ela tinha apenas 7 anos de idade e se estenderam por uma década.
"Nós descobrimos que, nesse período dos abusos, a adolescente foi submetida a uma tortura, onde esse homem chegou a raspar o cabelo dela e a levou para dormir com outros homens", relatou a delegada. O último episódio de violência ocorreu em 1º de novembro deste ano.
Outra vítima na família e fuga para o interior
Durante as investigações, os policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) identificaram uma segunda vítima. O mesmo homem também é acusado de ter estuprado uma prima de sua filha, hoje com 15 anos. Neste caso, os abusos teriam começado quando a menina tinha apenas 8 anos.
Incluído na lista de procurados, o suspeito tentou se esconder. "Depois de uma longa investigação, tivemos informações de que ele havia fugido para a casa de familiares no interior, onde estava escondido", explicou Mayara Magna. A prisão foi realizada em um sítio de difícil acesso, com apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal.
Como identificar sinais de abuso e proteger as crianças
Casos como este reforçam a necessidade de atenção redobrada aos sinais que podem indicar violência sexual infantil. É fundamental que familiares, educadores e a comunidade estejam atentos a mudanças de comportamento, que podem incluir:
- Medo excessivo de uma pessoa específica ou de ficar sozinha.
- Regressão a comportamentos infantis, como voltar a fazer xixi na cama.
- Conhecimento ou interesse sexual incompatível com a idade.
- Mudanças bruscas no desempenho escolar e no humor.
- Lesões físicas, hematomas ou dores sem explicação plausível.
A proteção começa com a criação de um ambiente de confiança onde a criança se sinta segura para falar. É essencial ouvir com atenção, acreditar no relato e denunciar imediatamente às autoridades através de canais como o Disque 100.
O homem preso responderá pelos crimes de estupro, exploração sexual, ameaça e tortura. Ele permanece custodiado e à disposição da Justiça do Amazonas, aguardando o andamento do processo judicial.