Policial penal é alvo de operação por facilitar entrada de drogas em presídio
Policial facilitava entrada de drogas em presídio do RJ

Operação investiga policial penal por facilitar entrada de drogas em presídio

Um policial penal do Rio de Janeiro tornou-se alvo de uma operação conjunta da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) e da 17ª DP na última segunda-feira, 24 de novembro de 2025. O servidor é investigado por supostamente facilitar a entrada de drogas e outros itens proibidos em um presídio do estado.

Mandados cumpridos em três endereços

As autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão em três endereços diferentes: dois localizados na Baixada Fluminense e um em Benfica, na zona norte da capital fluminense. Após as diligências, o policial foi conduzido até a 17ª DP, em São Cristóvão, para prestar depoimento sobre o caso.

A identidade do servidor não foi revelada pelas autoridades, mas ele já é alvo de uma sindicância administrativa aberta pela Corregedoria da SEAP. As investigações apontam que o policial teria participado de pelo menos quatro ações irregulares desde abril deste ano, sempre durante seus plantões na unidade prisional.

Modus operandi repetido em quatro ocasiões

De acordo com as investigações, o esquema seguia um padrão consistente: sacos de lixo contendo drogas e outros itens proibidos eram arremessados para dentro do presídio por cima do muro, utilizando uma corda como auxílio. O primeiro flagrante documentado ocorreu na madrugada do dia 2 de junho de 2025, no Presídio Evaristo de Moraes, em São Cristóvão.

Na ocasião, outros policiais de plantão localizaram uma sacola preta que continha:

  • Drogas
  • Celulares
  • Chips de telefonia
  • Bebidas alcoólicas
  • Outros itens proibidos

Imediatamente, a Corregedoria e a Polícia Civil foram acionadas para investigar o ocorrido.

Imagens de câmeras de segurança comprometem servidor

As imagens das câmeras de segurança internas do presídio revelaram detalhes importantes sobre a conduta do policial penal. No exato momento em que o material ilegal chegava ao pátio, o servidor estava na inspetoria monitorando as câmeras. Logo depois, ele se dirigiu até o local onde a sacola havia caído, manipulou o conteúdo e o deslocou para pontos com menor visibilidade dentro do presídio.

Além do episódio de junho, outras três ocorrências com o mesmo padrão foram registradas: 19 de abril, 5 de maio e 17 de maio. Em todas essas datas, o policial estava em plantão e integrava a equipe de serviço no momento dos fatos.

Posicionamento oficial da SEAP

Em nota oficial, a Secretaria de Administração Penitenciária se posicionou de forma contundente sobre o caso. A pasta afirmou que não compactua com desvios de conduta e mantém tolerância zero à corrupção dentro do sistema prisional. A SEAP também garantiu que continuará colaborando integralmente com as investigações administrativas e criminais relacionadas ao caso.

A operação representa mais um capítulo nos esforços das autoridades para combater a entrada de itens ilegais nas unidades prisionais do estado do Rio de Janeiro, um desafio constante para o sistema penitenciário.