O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, teve uma vitória significativa no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta quinta-feira, 13 de novembro de 2025. Os auditores do plenário decidiram derrubar a suspensão de 12 jogos que havia sido imposta ao jogador e converteram a pena em uma multa de R$ 100 mil.
O caso do cartão amarelo controverso
O jogador estava sendo acusado de forçar um cartão amarelo deliberadamente durante a partida entre Flamengo e Santos, disputada em 1º de novembro de 2023. Segundo a acusação, a conduta do atleta teria beneficiado apostadores, caracterizando fraude esportiva.
O processo teve seu julgamento retomado nesta quinta-feira após ser interrompido na segunda-feira, 10 de novembro, por um pedido de vista do auditor Marco Aurélio Choy. Na primeira sessão do plenário, apenas o relator Sérgio Henrique Furtado havia votado pela absolvição do jogador.
Votação decisiva no plenário do STJD
Após a análise completa do caso, a maioria dos auditores votou pela retirada da suspensão que havia sido aplicada anteriormente. A pena foi convertida em uma multa financeira de R$ 100 mil, permitindo que Bruno Henrique retorne às atividades normais no futebol.
Originalmente, em 4 de setembro, o jogador havia sido condenado a 12 jogos de suspensão pela 1ª Comissão Disciplinar do STJD por suposta violação do artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de fraude esportiva.
Argumentos da defesa e da acusação
A defesa do atleta, liderada pelo advogado Michel Assef, argumentou que a conduta de Bruno Henrique não configurava infração. O Flamengo posicionou-se claramente pela absolvição do jogador, afirmando que não houve prejuízo ao clube.
"Forçar o terceiro cartão amarelo não é atitude antiética e antidesportiva", defendeu Assef durante o julgamento. "A finalidade de levar aquele cartão amarelo era fazer com que Bruno Henrique estivesse fora do jogo contra o Fortaleza, e jogasse contra o Palmeiras".
Já a Procuradoria, representada por Eduardo Ximenes, sustentou a tese de condenação, alegando que o jogador agiu para beneficiar seu núcleo familiar em detrimento do mercado de apostas. "Estamos falando de uma combinação prévia, entre o atleta e seu irmão, para auferir vantagens", afirmou o procurador.
O pedido de prescrição feito pela defesa foi negado por unanimidade pelos nove membros da procuradoria, que consideraram que o STJD só teve acesso ao relatório da Polícia Federal em 5 de maio deste ano, instaurando a investigação em 7 de maio.
Com a decisão do plenário, Bruno Henrique está liberado para voltar a jogar normalmente pelo Flamengo, encerrando um processo que se arrastava desde agosto de 2025, quando a denúncia foi formalmente apresentada.