A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu Daniel Henrique Abreu Sampaio, de 26 anos, pelo assassinato da própria mãe. O crime de feminicídio ocorreu no dia 8 de novembro, no bairro Salgado Filho, na Região Oeste de Belo Horizonte. O acusado segue preso e terá de responder pelo crime com as qualificadoras de emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Detalhes do crime e motivação
Conforme as investigações e a denúncia do MPMG, Daniel estava em casa com a mãe, Edna Mara, de 54 anos, quando decidiu cometê-lo. Ele foi até o quarto dela e a atacou com múltiplas facadas. A vítima, Edna Mara, morreu no local. Os policiais encontraram seu corpo sobre a cama, com a arma do crime ao lado.
O acusado, que segundo a Justiça tem histórico de agressividade no ambiente familiar, ligou para o serviço de emergência e confessou o crime. Quando os agentes chegaram, ele mesmo indicou o local onde estava o corpo da mãe. Em sua declaração, conforme o MPMG, Daniel afirmou acreditar que estaria “poupando a mãe da dor” e que ela “reencarnaria” em condições melhores.
Decisão judicial e sanidade mental
A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, responsável pelo caso, entendeu que há indícios suficientes de autoria e materialidade do crime para manter o acusado preso. Ela negou o pedido da Defensoria Pública para revogar a prisão preventiva ou substituí-la por internação provisória.
Para a magistrada, permanece o risco à ordem pública, considerando a gravidade do delito e a forma brutal como foi executado. No entanto, foi instaurado um incidente de sanidade mental para avaliar as condições psicológicas de Daniel. A juíza ponderou que, por enquanto, não há elementos suficientes para substituir a prisão por uma internação compulsória.
Andamento processual e situação atual
Daniel foi preso em flagrante no dia do crime e, após audiência de custódia, sua prisão foi convertida em preventiva. Ele está detido no Ceresp Gameleira. O g1 solicitou à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) uma atualização sobre sua situação prisional e aguarda retorno.
O caso agora segue seu curso legal, com o réu formalmente acusado e o incidente de sanidade mental em trâmite para determinar sua capacidade de entendimento no momento do fato. A decisão judicial reforça a gravidade com que o sistema de Justiça encara crimes de violência doméstica e familiar.
