MP pede leilão antecipado de imóveis de Ana Pink por dívidas de R$ 230 mil
Leilão de imóveis de Ana Pink por dívidas acumuladas

O Ministério Público do Estado de São Paulo entrou com um pedido urgente para realização de leilão antecipado de dois imóveis de alto valor pertencentes à influenciadora digital Ana Paula Ferreira Duarte, conhecida como Ana Pink, e seu ex-marido Maiclérson Gomes da Silva. Os bens, avaliados em mais de R$ 3,7 milhões, estão localizados em Ribeirão Preto, no interior paulista.

Dívidas que ameaçam os imóveis

De acordo com a Promotoria de Justiça, os dois imóveis ainda não negociados acumulam mais de R$ 230 mil em dívidas, valor que continua crescendo devido a juros e correção monetária. As pendências incluem questões tributárias, trabalhistas e condominiais não quitadas.

Entre os bens ameaçados está uma casa localizada em um condomínio no distrito de Bonfim Paulista, avaliada em mais de R$ 2,1 milhões. Esta propriedade já possui pelo menos R$ 11,7 mil inscritos na dívida ativa da Prefeitura referentes ao IPTU não recolhido entre 2022 e 2023.

O outro imóvel é um escritório comercial na Avenida Independência, onde funcionava a empresa do casal, avaliado em mais de R$ 1,5 milhão. Este espaço acumula mais de R$ 12 mil em dívidas de IPTU desde 2021, além de despesas condominiais não quitadas que já ultrapassam R$ 86 mil, acumuladas entre dezembro de 2022 e janeiro de 2025. A propriedade também é alvo de uma averbação de penhora para saldar uma dívida trabalhista de R$ 120,3 mil.

Argumentos do Ministério Público

Em petição encaminhada à Justiça em agosto, o MP argumenta que "é real, e não hipotética, a possibilidade de que os bens sequestrados sejam consumidos por dívidas". A Promotoria alerta que a demora na venda pode tornar os imóveis inutilizáveis e desvalorizados, prejudicando tanto o ente público quanto os próprios réus, caso sejam absolvidos no futuro.

O Ministério Público solicitou a nomeação de um leiloeiro credenciado pela Junta Comercial do Estado de São Paulo e, após a venda, o depósito dos valores em conta judicial vinculada ao processo que trata das fraudes cometidas pelo casal.

Defesa contra o leilão antecipado

As defesas de Ana Pink e Maiclérson argumentam no processo que o leilão antecipado é uma medida extrema e irreversível e pode resultar em uma negociação com valores abaixo dos praticados pelo mercado. Entre as alternativas sugeridas pelos advogados está o aluguel desses espaços para quitação das dívidas.

A Justiça ainda não se manifestou sobre o pedido específico do leilão antecipado destes imóveis. Em agosto, a mesma Justiça já havia autorizado a venda de veículos que eram pertencentes ao casal.

Contexto do caso

Ana Pink e Maiclérson Gomes da Silva foram condenados à prisão por envolvimento em um esquema fraudulento de empréstimos consignados voltado principalmente para aposentados. Com a lavagem de dinheiro, eles obtiveram ilegalmente mais de R$ 10 milhões em 2022.

Além da prisão, a Justiça confiscou R$ 11,4 milhões do patrimônio do casal e começou recentemente a autorizar a realização de leilões dos bens. Ana Pink estava em prisão domiciliar desde abril de 2023, mas voltou para a cadeia no dia 15 de agosto deste ano após descumprimento de medidas cautelares.

Maiclérson respondia ao processo em liberdade, mas foi preso em outubro por suspeita de usar dinheiro falso para pagar por combustível. Tanto ele quanto Ana Pink negam que deram golpe nas pessoas que fizeram empréstimos consignados.