Documentos de Epstein revelam: 'Sei o quão sujo Donald é' sobre Trump
Epstein: 'Sei o quão sujo Donald é' sobre Trump

Um novo conjunto de documentos relacionados ao caso Jeffrey Epstein foi divulgado nesta quarta-feira, 13 de novembro de 2025, trazendo revelações explosivas sobre a relação do bilionário condenado com o presidente Donald Trump. A divulgação ocorreu através da Comissão de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos e já causa impacto significativo na base política do líder republicano.

Os documentos e suas principais revelações

O lote contém aproximadamente 20 mil documentos que detalham comunicações entre Epstein e seus associados. Entre as informações mais impactantes estão e-mails trocados entre o financista e sua cúmplice Ghislaine Maxwell, datados de 2011, onde Epstein faz referências diretas a Donald Trump.

Em uma mensagem particularmente reveladora, Epstein escreveu: "Quero que você perceba que aquele cachorro que não latiu é Trump... (Nome da vítima, que foi censurado) passou horas na minha casa com ele". O bilionário ainda acrescentou que o republicano "nunca foi mencionado" em investigações, nem mesmo por autoridades policiais.

As reações políticas imediatas

A divulgação dos documentos gerou reações rápidas de ambos os lados do espectro político. Os democratas da Câmara dos Estados Unidos foram responsáveis pela publicação inicial do material, enquanto os republicanos responderam com a divulgação de seu próprio conjunto de documentos em uma tentativa de refutar as acusações contra Trump.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, emitiu um comunicado afirmando que os e-mails foram "vazados seletivamente" pelos democratas para "criar uma narrativa falsa" contra o presidente. Ela destacou que Trump havia expulsado Epstein de seu clube Mar-a-Lago décadas atrás por comportamento inadequado com funcionárias.

As comunicações com Virginia Giuffre

Os documentos sugerem que Donald Trump não apenas tinha conhecimento dos crimes cometidos por Epstein, mas também teria passado "horas" com uma das vítimas. Embora a versão divulgada pelos democratas tenha omitido o nome, outras versões do lote indicam que se tratava de Virginia Giuffre, uma das principais acusadoras do financista.

Entretanto, é importante notar que em depoimento prestado em 2016, Giuffre afirmou nunca ter presenciado Trump envolvido em qualquer tipo de abuso. Sua obra póstuma, lançada em outubro, também não acusa o presidente norte-americano de irregularidades.

As revelações nos e-mails com Michael Wolff

Outro aspecto significativo dos documentos são as trocas de mensagens entre Epstein e o escritor Michael Wolff. Em 2015, quando Trump já estava em campanha presidencial, Wolff alertou Epstein sobre um possível questionamento da CNN sobre a relação entre os dois.

Na resposta, Epstein pediu conselhos sobre como lidar com a situação, ao que Wolff respondeu: "Acho que você deveria deixá-lo se enforcar. Se ele disser que não esteve no avião ou na casa, isso lhe dará uma valiosa imagem pública e moeda política".

Em outubro de 2016, Wolff voltou a contatar Epstein, sugerindo que ele concedesse uma entrevista para "acabar" com Trump. Já em janeiro de 2029, durante o primeiro mandato de Trump, Epstein afirmou a Wolff que o presidente "disse que me pediu para renunciar" do clube Mar-a-Lago, acrescentando que "nunca foi membro".

O impacto na base política de Trump

A divulgação desses documentos representa mais um capítulo no conturbado relacionamento entre Trump e Epstein, que já havia sido alvo de especulações anteriores. As revelações ocorrem em um momento politicamente sensível e têm potencial para afetar a base de apoio do presidente, particularmente os seguidores do movimento MAGA.

O deputado Robert Garcia, principal democrata na Comissão de Supervisão, defendeu a omissão inicial de nomes de vítimas, explicando que a decisão respeita os desejos das famílias envolvidas. Enquanto isso, a Casa Branca mantém sua posição de que as acusações são infundadas e fazem parte de uma estratégia política coordenada.

Os novos documentos não apenas reacendem as discussões sobre o caso Epstein, mas também colocam sob os holofotes as complexas relações entre figuras poderosas e as alegações que persistem mesmo após a morte do principal acusado.