Operação prende 7 por fraude de R$ 25,8 mi em licitações em Barra do Garças
7 presos em esquema milionário de fraudes em licitações no MT

Uma operação da Polícia Civil de Mato Grosso resultou na prisão de sete pessoas suspeitas de integrar um esquema milionário de fraudes em licitações públicas na Prefeitura de Barra do Garças. A ação, batizada de Operação Cenário Montado Gyn, foi deflagrada na manhã desta terça-feira (16) e mira um grupo acusado de crimes como superfaturamento, direcionamento de editais e uso de empresas de fachada.

Mandados cumpridos e valores bloqueados

Além das sete prisões preventivas, os policiais cumpriram sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Barra do Garças, Aparecida de Goiânia e Aragoiânia. A Justiça também determinou a quebra de sigilos bancário, telefônico e telemático dos investigados.

Como medida para evitar novos prejuízos ao erário, o juízo da 2ª Vara Criminal de Barra do Garças ordenou a suspensão das atividades econômicas de duas empresas e determinou o sequestro de valores superiores a R$ 4,2 milhões. Os recursos estão diretamente ligados às investigações sobre o suposto esquema criminoso.

Quem são os investigados

Os sete presos preventivamente foram identificados pela polícia como Adenir Pinto da Silva, Lucimar Teixeira da Silva, Rodrigo Mendes Moreira, Luciana Costa da Silva, Tayara Félix Alves Cardoso, Paulo Henrique de Freitas Pinto e Elcio Mendes da Silva. Eles são suspeitos de atuar em associação criminosa, envolvendo empresários, funcionários de empresas e servidores públicos.

O portal g1 tenta localizar os advogados de defesa dos suspeitos para obter um posicionamento sobre as acusações.

Esquema replicado em vários municípios

As investigações, conduzidas pela 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças, começaram em janeiro de 2025. Inicialmente, o foco era apurar um esquema de fraudes em licitações no município de Pontal do Araguaia, com base em informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

De acordo com as apurações, o modus operandi utilizava empresas do setor de produção de eventos e shows para fraudar processos licitatórios. O objetivo era a criação de Atas de Registro de Preços, que depois eram usadas de forma reiterada por diversos municípios da região do Araguaia.

Essa prática, conhecida como "pegar carona" em atas de outros municípios, permitia contratos com valores elevados e fortes indícios de direcionamento e simulação de concorrência. Apenas nos três pregões investigados em Pontal do Araguaia, os valores globais chegaram a aproximadamente R$ 25,8 milhões.

Conforme a legislação, as adesões a essas atas poderiam alcançar, em tese, até R$ 51,7 milhões, considerando o limite máximo de 200% do valor original. A polícia constatou que o mesmo padrão fraudulento teria sido replicado em outros municípios da região por meio das adesões às atas originadas em Pontal do Araguaia.

Impacto e próximos passos

A operação representa um duro golpe em um esquema que, segundo as investigações, desviava recursos públicos há algum tempo. As acusações formais incluem associação criminosa, corrupção, fraude em licitação e formação de quadrilha.

Os presos foram encaminhados ao sistema prisional e devem responder aos processos em liberdade ou não, a depender das decisões judiciais futuras. As investigações continuam para apurar a extensão total do esquema e identificar outros possíveis envolvidos nos municípios da região.