A Polícia Civil de São Paulo realizou, nesta quinta-feira (18), a prisão de um segundo homem suspeito de envolvimento no roubo de obras de arte ocorrido na Biblioteca Mário de Andrade, localizada no centro da capital paulista, no último domingo (7). A Justiça autorizou a prisão temporária do indivíduo pelo prazo de 30 dias.
Detalhes da Operação e Investigação
De acordo com as investigações conduzidas pela 1ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas), o homem detido nesta quinta-feira teria auxiliado na fuga dos responsáveis diretos pelo furto. Um dos autores, identificado como Felipe dos Santos Fernandes Quadra, de 31 anos, já estava preso desde a segunda-feira (8), quando foi localizado em uma ocupação no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo.
As autoridades ainda buscam pelo terceiro homem que entrou na biblioteca e participou diretamente do crime. A polícia optou por não divulgar mais informações sobre a nova prisão para não comprometer os desdobramentos da apuração.
Obras Roubadas e Contexto da Exposição
Os criminosos levaram um total de 13 obras de arte de valor inestimável. O acervo furtado inclui oito gravuras do renomado artista francês Henri Matisse, que fazem parte do livro "Jazz", e cinco obras do brasileiro Candido Portinari, que ilustram a edição de 1959 de "Menino de Engenho", de José Lins do Rego, publicada pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil.
As peças integravam a exposição "Do Livro ao Museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade", que traça a formação da arte moderna no Brasil. A mostra, que tinha entrada gratuita, estava programada para encerrar suas atividades justamente no domingo do roubo.
Identificação e Situação dos Suspeitos
A identificação dos suspeitos foi possível graças às imagens captadas pelas câmeras de segurança do programa Smart Sampa, sistema de monitoramento da prefeitura de São Paulo.
A defesa de Felipe Quadra, assumida pela advogada Glória Oliveira, afirmou que seu cliente é usuário de drogas e que ainda não conseguiu conversar com ele presencialmente. Ela confirmou que Quadra aparece nas imagens de vigilância, mas disse não saber quem teria encomendado os objetos ou se ele recebeu pagamento pelo ato. A advogada também declarou que as obras roubadas não ficaram com Quadra, tendo sido levadas por outra pessoa.
Enquanto isso, a polícia mantém os esforços para localizar e recuperar as 13 obras de arte, cujo paradeiro ainda é desconhecido.