Motoboy tem prisão revogada após quase 5 meses por tráfico de drogas em Praia Grande
Motoboy solto após quase 5 meses preso por tráfico

Um motoboy que passou quase cinco meses na cadeia sob a acusação de tráfico de drogas em Praia Grande, no litoral de São Paulo, teve sua prisão preventiva revogada pela Justiça. Ígor Rodrigues da Silva recuperou a liberdade na última sexta-feira (12), após decisão judicial que considerou concluída a fase de produção de provas orais.

Revolta e alegações de inocência

Em entrevista ao g1, Ígor expressou revolta com o período em que ficou detido. Ele afirmou não ter entendido o que estava acontecendo durante a abordagem policial que resultou em sua prisão. "Fui abordado e algemado. Difícil, né?", comentou.

A defesa do motoboy, liderada pelo advogado Renan Lourenço, sustenta a inocência do cliente. Os advogados alegam que, no momento da abordagem, Ígor não estava vendendo drogas, mas sim comendo um miojo dentro de um carro. A tese da defesa é que não havia prova concreta de autoria nem situação de flagrante que legitimasse a prisão.

Os detalhes da operação policial

A prisão ocorreu na noite de 30 de julho deste ano, no bairro Sítio do Campo, em Praia Grande. De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares atenderam a uma denúncia de que dois homens vendiam drogas na Rua Benedito Calixto.

Os agentes relataram que, ao chegar ao local, encontraram apenas Ígor. Na revista, os policiais disseram ter encontrado um estojo com cheiro forte de maconha e R$ 965 em dinheiro. O motoboy explicou que o valor era proveniente da venda de uma bicicleta.

O ponto central da acusação, porém, foi a descoberta, segundo o BO, de uma sacola preta dentro do carro contendo 26 porções de maconha e 121 porções de cocaína. Ígor negou veementemente que as drogas lhe pertenciam e que estivesse traficando no local.

Fundamentação da decisão judicial

O juiz Fernando Cesar do Nascimento, da 1ª Vara Criminal do Foro de Praia Grande, foi o responsável pela decisão que revogou a prisão preventiva. Em sua fundamentação, o magistrado considerou que Ígor já havia ficado preso por um tempo considerável e que a fase de oitivas de testemunhas e interrogatório estava encerrada.

O magistrado também observou que faltava apenas o laudo pericial para que as partes apresentassem as alegações finais. No entanto, com a proximidade do recesso forense, a sentença poderia ser atrasada para o próximo ano, fato que pesou na decisão de substituir a prisão por outras medidas.

Assim, a prisão preventiva foi trocada pelo dever de manter o endereço atualizado junto à Justiça. A expedição do alvará de soltura ocorreu na mesma data da decisão, 12 de dezembro.

Próximos passos e posição da defesa

É importante destacar que, embora em liberdade, Ígor Rodrigues da Silva continua respondendo ao processo por tráfico de drogas. O caso segue seu curso normal na Justiça.

O advogado Renan Lourenço afirmou ter acolhido a decisão "com serenidade e profundo senso de justiça". Ele reiterou a confiança na absolvição final do cliente, mencionando que vídeos apresentados durante a instrução do processo não apontavam para Ígor, mas para outras pessoas supostamente traficando no local.

"Seguimos firmes e confiantes de que, ao final do processo, a verdade prevalecerá", concluiu o defensor. Enquanto aguarda o desfecho judicial, Ígor disse que pretende ficar próximo de seus familiares, tentando retomar a vida após o que classificou como um período "revoltante" de quase cinco meses atrás das grades.