A Justiça da comarca de Limeira, no interior de São Paulo, proferiu sentença condenatória de 28 anos de prisão a Tiago Balbino da Silva. Ele foi considerado culpado pelo roubo e assassinato do comerciante Émerson Shigueo Assato, de 52 anos. O crime brutal ocorreu na noite do dia 9 de setembro deste ano.
Detalhes do crime no bar de tchay
O homicídio aconteceu por volta das 21h10, no estabelecimento comercial da vítima, um bar de tchay localizado na Rua Manoel de Abreu, no bairro Vila Independência. Segundo as investigações, Émerson foi surpreendido pelo assaltante no momento em que fechava o local.
O criminoso anunciou o assalto e atacou o comerciante quando ele abria uma porta que dava acesso à residência ao lado do bar. A vítima foi atingida por facadas na região do tórax. Após o ataque, o autor do crime subtraiu R$ 167 do caixa, além da carteira e do celular pessoal de Émerson.
Captura e versões contraditórias do acusado
O suspeito tentou fugir pelo telhado, mas foi detido por moradores a aproximadamente 50 metros do local do crime. A Polícia Militar, acionada, o abordou e apreendeu com ele os objetos roubados: a carteira, o dinheiro e o celular da vítima.
Em depoimento à Polícia Civil, Tiago Balbino da Silva negou a autoria do roubo. Ele alegou que foi ao bar à procura de sua ex-companheira e não para assaltar. No entanto, as apurações policiais constataram que a vítima estava sozinha no local antes da chegada do réu.
Réu confessou esfaqueamento, mas alegou legítima defesa e 'surto'
Em interrogatório, conforme a sentença, o réu confessou que esfaqueou o comerciante, mas afirmou ter agido em legítima defesa. O argumento foi rejeitado pelo juiz Guilherme Lopes Alves Lamas, da 2ª Vara Criminal de Limeira.
O magistrado destacou que, tendo o réu invadido o local e surpreendido a vítima com uma faca, qualquer eventual reação da vítima seria justa, invalidando a alegação de defesa pessoal. O acusado também negou ter roubado bens e disse ter 'surtado', imaginando que sua mulher estaria no local, supostamente o traindo com a vítima.
O juiz ressaltou, porém, que policiais militares confirmaram em audiência que o réu estava na posse do celular e do dinheiro subtraídos. Como Tiago não comprovou a origem do dinheiro apreendido e por possuir antecedentes criminais, a pena foi fixada para ser cumprida em regime inicial fechado.
O comerciante Émerson Shigueo Assato foi socorrido pelo Samu e levado para a Santa Casa de Limeira, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte ao ataque. A Defensoria Pública, que representa Tiago no processo, não se manifesta à imprensa sobre casos criminais em que atua. O condenado permanecerá preso enquanto recorre da decisão.