A companhia aérea Air India foi multada em cerca de R$ 610 mil após a descoberta inusitada de um de seus aviões, que estava desaparecido havia 13 anos, estacionado em um aeroporto na Índia. O valor da multa, equivalente a 10 milhões de rúpias indianas, corresponde às taxas de estacionamento acumuladas durante todo o período em que a aeronave ficou esquecida.
O mistério do Boeing desaparecido
O caso envolve um Boeing 737-200, com registro VT-EHH, fabricado em 1982. A aeronave, de 43 anos, foi retirada de serviço e estacionada em uma área remota do Aeroporto de Calcutá no ano de 2012. O desaparecimento gradual dos registros da empresa sobre o jato fez com que ele fosse literalmente esquecido.
Quando a administração do aeroporto tentou entrar em contato com a Air India para solicitar a remoção do avião, a resposta da companhia foi surpreendente: eles insistiram que a aeronave não lhes pertencia. A confusão só foi resolvida após uma auditoria interna confirmar que o Boeing era, de fato, propriedade da Air India.
Falhas administrativas e custo do esquecimento
Segundo reportagem do jornal The Times of India, a justificativa para o longo período de esquecimento foi uma combinação de rotatividade de funcionários e falhas nos registros institucionais. Esses problemas fizeram com que o avião simplesmente "sumisse" dos arquivos da empresa.
Enquanto isso, a administração do Aeroporto de Calcutá manteve a cobrança regular das taxas de estacionamento. Ao longo de 13 anos, o valor acumulado chegou à cifra milionária de aproximadamente R$ 610 mil.
Destino final: plataforma de treinamento
Após confirmar a propriedade e quitar a dívida, a Air India finalmente providenciou a remoção da aeronave. O Boeing 737-200 foi içado para um veículo de transporte e levado por via terrestre até o Aeroporto Internacional Kempegowda, em Bengaluru.
No novo destino, o avião terá uma função nobre, mas sem voltar aos céus: ele será utilizado como uma plataforma de treinamento sem voo para técnicos de manutenção aeronáutica. A aeronave tem uma história longa, tendo operado pela Indian Airlines, posteriormente pela Alliance Air, retornado às operações de carga em 2007 e sido usada pela última vez pelos Correios da Índia antes de sua desativação em 2012.
O caso revela uma falha operacional curiosa em uma grande companhia aérea e serve como um alerta sobre a importância da gestão de ativos e da documentação, onde um simples erro de registro pode resultar em prejuízos financeiros significativos ao longo dos anos.