As autoridades policiais dos Estados Unidos fizeram uma revelação crucial nesta sexta-feira (19) sobre o ataque a tiros que chocou a prestigiada Universidade Brown. A polícia de Boston concluiu que o suspeito do atentado também é o responsável pela morte de um professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ocorrida dois dias após o episódio na universidade de Providence.
Ligação entre os crimes e perfil do suspeito
Em coletiva de imprensa, a procuradora federal Leah Foley afirmou que os investigadores têm certeza de que o homem foi o responsável pelo assassinato do professor Nuno Loureiro, encontrado morto em sua casa na segunda-feira (15). Foley ressaltou que promotores reuniram provas robustas que vinculam o suspeito ao crime.
O atirador foi identificado como Claudio Neves Valente, de 48 anos, cidadão português. Ele havia estudado na Universidade Brown há mais de duas décadas, como doutorando em física, e conhecia o prédio de engenharia Barus & Holley, onde ocorreram os disparos. Segundo uma autoridade de Providence, há indícios de que Valente e a vítima do MIT, Nuno Loureiro, tenham estudado na mesma universidade em Lisboa, Portugal.
Detalhes do ataque e busca pelas autoridades
O ataque na Brown ocorreu na última quinta-feira (12), enquanto estudantes passavam pelo segundo dia dos exames finais do semestre. Duas pessoas morreram e nove ficaram feridas. As vítimas fatais foram Ella Cook, de 19 anos, vice-presidente do grupo Republicanos da universidade, e Mukhammad Aziz Umurzokov, de 18 anos, calouro de bioquímica e neurociência cuja família imigrou do Uzbequistão.
O atirador fugiu após disparar contra estudantes no prédio de engenharia, cujas portas externas estavam destrancadas durante as provas. Ele permaneceu foragido até ser encontrado morto. O chefe da polícia de Providence, Oscar Perez, e o procurador-geral de Rhode Island, Peter Neronha, disseram que Valente tirou a própria vida em uma unidade de armazenamento que ele mesmo alugou, e acreditam que ele agiu sozinho.
A busca pelo suspeito foi intensa. O FBI, em parceria com a polícia de Providence, chegou a oferecer uma recompensa de US$ 50 mil (cerca de R$ 272 mil) por informações e divulgou novas imagens do homem, que em todos os vídeos aparecia de máscara ou com o rosto virado. Nesta segunda-feira (15), policiais bateram de porta em porta e vasculharam contêineres de lixo e quintais perto do campus.
Motivação permanece um mistério
Um dos maiores quebra-cabeças para as autoridades é a motivação dos crimes. Durante a coletiva, o procurador-geral Peter Neronha foi enfático ao dizer que os investigadores não sabem por que Valente realizou o ataque. “Não acho que tenhamos qualquer ideia do porquê agora, ou do porquê Brown, ou do porquê esses estudantes, por que essa sala de aula”, afirmou Neronha. “Isso realmente é desconhecido para nós.”
O vice-chefe de polícia de Providence, Timothy O'Hara, informou que cápsulas de balas foram recolhidas no local, mas detalhes sobre a arma ainda não foram divulgados. Uma "pessoa de interesse" detida no dia do atentado já foi liberada pelas autoridades.
A Universidade Brown é parte do prestigiado grupo de universidades Ivy League, que inclui instituições como Harvard, Yale e Princeton. O caso segue sob investigação, com autoridades tentando reconstruir os passos do atirador e entender a conexão completa entre os dois crimes violentos.