O banqueiro Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, foi preso pela Polícia Federal na última segunda-feira (17) quando tentava deixar o país em um de seus jatos particulares. A operação revelou uma vida de luxo extremo, incluindo uma coleção milionária de aeronaves executivas.
Esquema bilionário por trás do luxo
Segundo investigações da PF, Vorcaro era alvo de uma operação que mirava a venda de títulos de crédito falsos. O Banco Master emitia CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com promessas irrealistas de retorno, chegando a oferecer até 40% acima da taxa básica do mercado.
O esquema pode ter movimentado impressionantes R$ 12 bilhões, segundo estimativas da Polícia Federal. Os CDBs são investimentos de renda fixa onde o cliente empresta dinheiro ao banco em troca de juros, podendo ser pré ou pós-fixados.
A coleção milionária de jatos
A PF apreendeu uma verdadeira frota de jatos executivos de altíssimo luxo. As aeronaves estavam em nome da Viking Participações LTDA., uma das 10 empresas de Vorcaro listadas na Receita Federal.
Os modelos possuem valores que variam entre R$ 21 milhões e R$ 117 milhões em sites especializados, porém uma das aeronaves foi avaliada pela PF em R$ 200 milhões.
Os modelos da coleção Vorcaro
Dassault Falcon 2000: Valor encontrado de US$ 6 milhões (R$ 32 milhões). Jato bimotor de porte médio com capacidade para 19 passageiros e autonomia para voar de São Paulo a Cancún sem escalas.
Dassault Falcon 7X: Valor de US$ 15 milhões (R$ 84 milhões). Esta foi a aeronave em que Vorcaro tentava fugir para Malta. Equipado com três motores, tem capacidade para 12 passageiros e pode voar de Paris a Tóquio sem reabastecer.
Gulfstream GV-SP (G550): O mais caro da coleção, cotado em US$ 21 milhões (R$ 117 milhões). Jato de longo alcance com capacidade para 16 passageiros e autonomia para voar diretamente do Brasil até Malta.
A prisão e as consequências
A prisão de Vorcaro ocorreu quando ele tentava embarcar para Malta no jato Dassault Falcon 7X, que posteriormente foi apreendido. A aeronave, avaliada em R$ 200 milhões, conta com comodidades como cama em suas instalações e capacidade para viagens intercontinentais.
O caso revela a discrepância entre o estilo de vida luxuoso do banqueiro e as práticas financeiras irregulares que estavam sendo investigadas. A operação da PF continua apurando o alcance total do esquema e possíveis envolvidos.
O Banco Master, que tinha R$ 1,86 bilhão aplicado por 18 fundos de pensão, agora enfrenta processo de liquidação extrajudicial determinado pelo Banco Central, marcando uma queda meteórica da instituição financeira.