A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, a operação Galho Fraco, colocando sob mira os deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante. As investigações buscam aprofundar as apurações sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos originários das cotas parlamentares.
Mudança de clima dentro do Partido Liberal
A ação policial gerou apreensão entre os correligionários e, segundo apurado, criou um ambiente de "cada um por si" dentro do PL. Até então, o partido de Jair Bolsonaro sinalizava que se mobilizaria para tentar reverter as perdas de mandato dos deputados Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro, cassados pela Mesa Diretora da Câmara.
A avaliação interna era de que a decisão da Mesa abria brechas para recursos que poderiam alterar ou, ao menos, retardar as cassações. No entanto, com a operação da PF batendo à porta de dois outros membros importantes da bancada, o foco dos parlamentares mudou radicalmente.
Foco individual e temor de novas ações
Os parlamentares passaram a sinalizar, nos bastidores, que cada um deve cuidar de seus próprios problemas. O temor que ronda o partido é de que novas operações possam ocorrer já em janeiro, o que dissipou qualquer ânimo coletivo para uma defesa unificada.
Um parlamentar bastante influente da bancada bolsonarista, em condição de anonimato, fez uma leitura crua da situação. Segundo ele, não há ambiente "para ficar lutando por uma causa perdida" quando novas investidas da Justiça podem estar a caminho, colocando outros nomes em risco.
Consequências e cenário futuro
A operação Galho Fraco, portanto, não apenas atinge diretamente os deputados alvos, mas também fragmenta a estratégia de defesa do partido no Congresso. O clima de solidariedade que poderia existir em torno das cassações anteriores deu lugar a uma postura de autopreservação.
O episódio joga luz sobre as investigações de desvios nas cotas parlamentares e indica um possível aprofundamento das apurações, o que deve manter a bancada do PL em estado de alerta nos próximos meses, com cada parlamentar avaliando seus próprios riscos jurídicos.