Uma operação da Polícia Federal realizada nesta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, atingiu em cheio a cúpula do Partido Liberal na Câmara dos Deputados. Os alvos foram o líder da bancada, Sóstenes Cavalcante, e o também deputado federal Carlos Jordy, ambos do Rio de Janeiro.
Operação investiga desvio de emendas parlamentares
A força-tarefa cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos dois parlamentares. O objetivo da ação, autorizada pelo ministro do STF Flávio Dino, era coletar provas e documentos para uma investigação que apura suspeitas de desvio de dinheiro público proveniente de emendas parlamentares.
Em um dos locais vasculhados, um flat associado a Sóstenes Cavalcante, os policiais federais fizeram uma descoberta impactante: mais de R$ 400 mil em dinheiro vivo, escondidos dentro de um saco de lixo. O valor apreendido se tornou o símbolo imediato da operação.
Em reação às buscas, o deputado Sóstenes Cavalcante se defendeu publicamente, alegando ser vítima de uma “perseguição contra a direita”. A investigação, no entanto, segue seu curso com base nas evidências coletadas.
Moraes nega último recurso de Bolsonaro no caso golpe
No mesmo dia, em um desdobramento paralelo no Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes tomou uma decisão crucial. Ele rejeitou o último recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo relacionado às investigações sobre atos golpistas.
Os advogados de Bolsonaro tentaram levar o caso da Turma que o julga para o Plenário do STF, buscando uma reavaliação por parte dos onze ministros. No entanto, Moraes considerou o pedido protelatório, ou seja, uma manobra com o único propósito de atrasar o andamento processual.
Com a negativa, mantém-se a situação de que Bolsonaro e os outros réus do chamado núcleo 1 da trama golpista já estão cumprindo as penas às quais foram condenados. A decisão de Moraes praticamente esgota as alternativas de recurso dentro do STF sobre o mérito desta fase.
Estado de saúde do ex-presidente
Em meio a esses acontecimentos jurídicos, peritos da Polícia Federal emitiram um parecer sobre a saúde de Jair Bolsonaro. Eles afirmaram que o ex-presidente deve realizar a cirurgia de hérnias o mais breve possível, mas classificaram o procedimento como eletivo, ou seja, não emergencial.
Os dois eventos marcantes desta sexta-feira – a operação da PF no Rio e a decisão do ministro Moraes em Brasília – ilustram um dia de intensa movimentação nos fronts político e judicial que envolvem figuras centrais do bolsonarismo.
