Policial militar invade contramão e mata motociclista de 24 anos na BR-393
PM invade contramão e causa acidente fatal em Cachoeiro

Um grave acidente na madrugada desta terça-feira (16) terminou em tragédia na BR-393, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Um motociclista de 24 anos morreu após uma colisão frontal com um carro dirigido por um policial militar que invadiu a contramão da rodovia.

Detalhes do acidente fatal

O acidente ocorreu por volta das 1h30, no trecho que liga o bairro Aeroporto à localidade de Marbrasa. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o soldado da Polícia Militar, lotado na 18ª Companhia de Jaguaré, no Norte do estado, conduzia um carro modelo Punto quando invadiu a pista contrária e colidiu de frente com uma motocicleta Honda PCX de cor azul.

O impacto foi extremamente violento, destruindo ambos os veículos. O jovem motociclista, identificado como Thales Almeida Cunha, de 24 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Um amigo que seguia na garupa da moto ficou ferido. Ele foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para um hospital da região. Sua identidade e estado de saúde não foram divulgados.

Conduta do policial militar após a colisão

Após causar o acidente, a conduta do policial militar gerou mais controvérsia. Segundo as informações do BO, o soldado se recusou a realizar o teste do bafômetro. O nome do militar não foi divulgado pelas autoridades. Após o choque, testemunhas relataram tentativas de agressão contra o PM, que precisou ser afastado do local e colocado em uma viatura da Guarda Municipal para sua segurança, antes de ser levado à delegacia. Sua arma foi recolhida.

Além da Guarda Municipal, equipes da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) atenderam à ocorrência. O g1 tentou contato com a Polícia Civil, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Luto e indignação da família

O tio da vítima, Danilo Almeida Ramos, soube da tragédia por uma ligação telefônica do pai de Thales. Em depoimento, ele descreveu o momento de dor. "Aquela notícia de revirar o coração. 'Perdi meu filho agora', ele falou. Aí, eu saí doido, correndo, fui pra lá. Uma coisa horrível", lamentou Danilo.

Ele também relatou o que ouviu de testemunhas sobre a atitude do condutor do carro: "O cara que vinha atrás dele falou que do outro lado não tinha carro nenhum. Ele (motorista) estava muito ruim mesmo, estava passando mal ou estava bêbado. Estava querendo morrer ou matar o outro mesmo".

Thales era descrito pela família como um jovem alegre, sempre sorridente e brincalhão. Ele trabalhava com vendas de pedras de granito e tinha planos para o futuro. "Ele estava trabalhando, estava ganhando dinheiro, estava tranquilo, tinha os planos, os sonhos... Acabou com a vida da minha irmã", desabafou o tio, que recentemente também havia perdido a mãe.