Supervisor agride jovem durante rescisão em multinacional no ES
Briga com socos em rescisão de contrato no ES

Um episódio de violência marcou a demissão de um jovem funcionário em uma empresa multinacional no Espírito Santo. Na última quinta-feira, 4 de julho, um lavador de 18 anos foi agredido fisicamente por seu supervisor durante o procedimento de assinatura da rescisão do seu contrato de trabalho.

Detalhes da agressão gravada em vídeo

O fato ocorreu em uma unidade do Grupo Autoglass, empresa do setor de vidros e peças automotivas, localizada no município de Guarapari, na Região Metropolitana de Vitória. A vítima, que trabalhou na empresa por seis meses, preferiu não ter sua identidade revelada.

O jovem contou que sofreu uma violenta agressão, resultando em um nariz quebrado e um olho roxo. Prevendo possíveis problemas, ele teve a precaução de gravar a conversa com o celular escondido no bolso. Após o ataque, também registrou um vídeo do lado de fora da sala, com o rosto ainda ensanguentado.

Nas gravações, é possível ouvir o supervisor proferir frases como “a partir de hoje nós encerramos o contrato com você” e “tempo todo sendo mentiroso”. Durante a discussão que escalou para a agressão, o jovem reage e são ouvidas as expressões: “não é assim que me trata, não seu moleque” e “você está me batendo”.

Resposta da empresa e investigação policial

Em nota oficial, o Grupo Autoglass informou que desligou o supervisor envolvido no incidente e confirmou que o jovem agredido também não faz mais parte do quadro de funcionários. A empresa, que possui mais de 6 mil colaboradores, classificou o ocorrido como um “fato isolado” que não representa seus valores.

A multinacional destacou ainda que possui regras de compliance, código de ética e treinamentos constantes, afirmando que “todas as medidas cabíveis foram tomadas” com base na legislação trabalhista brasileira e em seus protocolos internos.

O caso agora está nas mãos das autoridades. A Polícia Civil do Espírito Santo confirmou que o fato será apurado pela Delegacia de Infrações Penais e Outras (Dipo) de Guarapari. Para não comprometer as investigações, detalhes do inquérito não foram divulgados.

Impacto e desdobramentos

O episódio levanta discussões sobre o tratamento dispensado a funcionários durante processos delicados como a demissão. A gravação feita pela vítima deve servir como prova fundamental no processo investigativo. A sociedade aguarda a conclusão da polícia para entender a sequência completa dos fatos e eventuais responsabilizações.