O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta sexta-feira, 14 de novembro de 2025, aceitar a denúncia contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, enviando-o ao banco dos réus. A decisão representa mais um capítulo significativo no caso do golpe de Estado que resultou na condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Votação da Primeira Turma do STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria durante a tarde desta sexta-feira para acompanhar o voto do ministro Alexandre de Moraes, que foi favorável ao aceite da denúncia. O plenário virtual permanecerá aberto até o dia 24 de novembro, mas a decisão já está consolidada com a formação da maioria necessária.
O ministro relator Alexandre de Moraes fundamentou seu voto com base em publicações e vídeos nos quais Eduardo Bolsonaro afirmava ter "digitais" em três ações específicas: no tarifaço, na aplicação da Lei Magnitsky e no cancelamento de vistos de autoridades brasileiras. Essas medidas, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), tinham como objetivo claro constranger o Judiciário brasileiro para absolver Jair Bolsonaro, o que não aconteceu.
Contexto do Caso Golpe de Estado
A denúncia aceita pelo STF acusa Eduardo Bolsonaro de tentar obstruir o andamento do processo que condenou seu pai a 27 anos de prisão pelo golpe de Estado. As evidências apresentadas pelo ministro Moraes mostram uma sequência de ações do parlamentar que configurariam tentativa de interferência no trabalho da Justiça.
Em paralelo ao caso de Eduardo Bolsonaro, a Polícia Federal solicitou a inclusão de Mauro Cid em um programa de proteção de testemunhas. O ex-ajudante de ordens, que se tornou delator no caso do golpe, já teve sua tornozeleira eletrônica removida. A PF justificou a medida como necessária para garantir a integridade física dele e de sua família.
Reflexos no Cenário Político Nacional
Enquanto os desdobramentos judiciais avançam, o cenário político brasileiro continua marcado pela polarização. No entanto, pesquisa destacada na reportagem de capa da revista VEJA, que chega às bancas neste final de semana, revela que a maioria dos brasileiros não se identifica com nenhum dos dois extremos políticos.
Essa camada da sociedade, que se posiciona no centro do espectro político, pode ser decisiva na definição do próximo presidente da República. A reportagem analisa como esse eleitorado pode influenciar o resultado das próximas eleições presidenciais, mesmo com a polarização prometendo ser o tom dominante da campanha.
O caso de Eduardo Bolsonaro no STF representa mais um episódio da extensa investigação sobre o golpe de Estado que continua a produzir desdobramentos significativos no Judiciário e na política nacional.