O ministro do Turismo, Celso Sabino, fez uma defesa contundente da imagem do Rio de Janeiro durante um seminário sobre segurança pública realizado nesta segunda-feira, 1º de dezembro de 2025. O evento foi promovido pela Esfera Brasil e contou também com a presença do prefeito carioca, Eduardo Paes.
Repercussão internacional da violência é tema de crítica
Em seu discurso, Sabino destacou um ponto que considera injusto: a forma como episódios de violência ocorridos no Rio de Janeiro ganham uma repercussão mundial desproporcional. O ministro argumentou que, embora a cidade enfrente desafios, ela não é a mais violenta do Brasil em termos numéricos.
“A cidade do Rio está longe de ser a primeira em números de violência no país”, afirmou Sabino. “Mas parece que, sempre que acontece qualquer episódio relacionado à segurança no Rio, o mundo inteiro se alarma e a repercussão toma proporções muito maiores do que episódios de violência que acontecem em outras cidades turísticas do mundo”, completou, comparando a situação com outros destinos internacionais.
Um chamado para superar a "síndrome de vira-lata"
O ponto central da fala do ministro foi um apelo para que os brasileiros abandonem o que chamou de “síndrome de vira-lata” – uma expressão que remete a um complexo de inferioridade nacional. Sabino criticou a tendência de enxergar apenas os problemas do país, enquanto se toleram situações similares ou piores no exterior.
Para ilustrar seu argumento, ele usou um exemplo do cotidiano dos viajantes: “Você sai do Brasil hoje em um voo para Londres e passa duas horas na fila da imigração. Quando você volta ao Brasil e espera 15 minutos na fila, sempre tem alguém dizendo que aqui não funciona nada, que a espera é longa. Mas lá em Londres, não dá um pio, não reclama de nada”, criticou.
Defesa da imagem do país e do turismo
A participação do ministro em um fórum de segurança, ao lado do prefeito de uma das principais capitais turísticas, sinaliza a preocupação do governo Lula com os impactos da violência no setor. A fala de Sabino vai além da defesa do Rio; é um posicionamento sobre a necessidade de se construir uma narrativa mais justa e equilibrada sobre o Brasil.
Ele enfatizou que os cidadãos precisam ser “mais justos quando as coisas funcionam no país”, reconhecendo os avanços e eficiências, em vez de focar exclusivamente nas falhas. A mensagem é clara: a percepção negativa, muitas vezes amplificada, prejudica não apenas a autoestima nacional, mas também setores estratégicos como o turismo, que depende diretamente da imagem de segurança e acolhimento.
O seminário ocorreu em um momento de atenção sobre a segurança pública no Rio e serviu como palco para este debate mais amplo, conduzido por uma das principais autoridades do setor de turismo do país.