O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra o ano de 2025 com um cenário político significativamente mais favorável do que o projetado no primeiro semestre. Uma análise dos dados de avaliação popular revela uma recuperação expressiva nos índices de aprovação, movimento atribuído mais a falhas da oposição do que a iniciativas inéditas do Palácio do Planalto.
Recuperação expressiva ao longo do segundo semestre
Os números mais recentes, analisados pelo editor José Benedito da Silva no programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, mostram uma virada relevante. Entre maio e dezembro de 2025, a desaprovação ao governo federal caiu de 57% para 49%. Na direção oposta, a aprovação subiu de 40% para 48% no mesmo período.
Essa movimentação representa uma estabilização da popularidade presidencial no fim do ano. “Aqueles 57% de desaprovação eram muito altos. Um presidente com esse índice jamais seria eleito”, avaliou José Benedito, destacando que o recuo desse percentual alterou o cenário político de forma significativa.
Falhas da oposição abrem espaço para o governo
A explicação para essa melhora, segundo a análise, não está primordialmente em ações inovadoras do governo. No início do ano, a gestão enfrentava dificuldades claras, com poucas saídas além de programas sociais já conhecidos, que não produziam mais o mesmo impacto político de outrora.
A recuperação gradual dos índices foi impulsionada, em parte relevante, por erros cometidos pela oposição. Episódios ao longo do segundo semestre teriam favorecido o Planalto, permitindo que Lula recuperasse espaço político sem a necessidade de lançar grandes novidades em sua agenda.
Cenário polarizado mantém 2026 em aberto
Apesar da melhora nos indicadores, o país segue profundamente dividido. O governo termina o ano longe de um patamar confortável, com uma nação rachada entre aprovação e rejeição em proporções quase equivalentes. O próprio presidente Lula já teria reconhecido essa clivagem, comparando o cenário a clássicos do futebol.
Essa polarização é vista como o fator central para a eleição presidencial de 2026. O equilíbrio atual torna viável o surgimento de um candidato competitivo pela oposição. Dessa forma, mesmo com a recuperação, o governo Lula encerra 2025 sem hegemonia política, mantendo o jogo eleitoral dos próximos anos completamente aberto e incerto.
Os dados consolidam que, após um primeiro semestre desafiador, o presidente conseguiu reverter parte da rejeição, mas ainda governa um Brasil onde a divisão ideológica e política permanece como uma marca forte, definindo os rumos do futuro imediato.