O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso direto e enfático aos seus ministros durante a abertura da última reunião ministerial do ano, realizada nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, na Granja do Torto. O petista cobrou publicamente que os integrantes de seu primeiro escalão definam de que lado estão na batalha eleitoral que se aproxima em 2026.
Discurso de Lula define tom para a campanha
Durante a fala, Lula citou os partidos políticos de cada ministro e as ações realizadas pelo governo, deixando claro que seus auxiliares terão que escolher um lado na disputa que se avizinha. Para o presidente, a eleição presidencial será essencialmente uma comparação entre o que a gestão petista fez pelo país e o que foi realizado durante o mandato de Jair Bolsonaro no Planalto.
Lula afirmou que será "importante" que cada ministro divulgue as ações do governo e defenda o que foi feito no atual mandato durante o período de campanha. "É importante que a gente tenha noção de que nós precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu nesse país. Eu tenho a impressão de que o povo não sabe", declarou o presidente.
O petista complementou: "Nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer uma avaliação das coisas que aconteceram nesse país. E o ano que vem é o ano que a gente tem a oportunidade, não só porque estaremos em disputa, mas porque cada ministro — o partido que vocês participam — vai ter que estar no processo eleitoral e vai ter que definir de que lado tá".
Preparação para a disputa eleitoral
A última reunião ministerial do ano, que deve durar todo o dia, servirá também para que o Planalto — sob a coordenação do ministro da Casa Civil, Rui Costa — apresente uma linha de discurso unificada aos integrantes do primeiro escalão. Além de uma prestação de contas sobre as realizações em cada pasta, a ideia é que os auxiliares de Lula recebam uma espécie de guia para a campanha eleitoral.
Lula já conduz a campanha de forma antecipada, sem qualquer censura por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Nós vamos ter de criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem neste país, quem faz o quê neste país", disse o presidente durante o encontro.
Ministros nas urnas e desejo de sucesso
Dos 38 ministros que compõem o governo Lula, pelo menos vinte devem deixar a máquina federal para buscar um mandato nas urnas nas próximas eleições. O presidente deixou claro que não vai se opor a esse movimento e até desejou sucesso aos auxiliares que irão disputar votos, mas fez uma ressalva característica: "Que vocês ganhem os cargos que irão disputar. Não percam!".
A reunião marca o início oficial da preparação do governo para o pleito de 2026, com Lula buscando alinhar seu ministério em torno de uma narrativa única que contraste sua gestão com a do antecessor. O tom do discurso presidencial indica que a polarização política continuará sendo um elemento central na próxima corrida eleitoral brasileira.
