A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Sucata deu seu primeiro passo oficial nesta quinta-feira, 19 de dezembro, na Câmara Municipal de Bauru, no interior de São Paulo. O colegiado, criado para apurar denúncias sobre a destinação de materiais danificados por um temporal, realizou sua reunião inaugural com o objetivo principal de estabelecer um cronograma de trabalho e definir as prioridades da investigação.
Presenças e ausência na sessão inaugural
Estiveram presentes seis dos sete vereadores que compõem a comissão. Participaram do encontro o presidente da CEI, Marcelo Afonso (PSD), e os membros Júlio César (PP), Edson Miguel (Republicanos), Arnaldinho Ribeiro (Avante), Estela Almagro (PT) e Márcio Teixeira (PL). A reunião também contou com um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Bauru.
O único ausente foi o relator da comissão, vereador Sandro Bussola (MDB). Inicialmente, informações nas redes sociais indicavam que o parlamentar estava em viagem aos Estados Unidos. Após o término da reunião, Bussola enviou uma nota à TV TEM justificando a falta por conta de compromissos familiares agendados anteriormente à instalação da CEI. Ele afirmou que, como as reuniões são gravadas e registradas em atas, já tomou conhecimento de todas as deliberações.
Objeto da investigação e primeiras medidas
A comissão vai investigar denúncias relacionadas à destinação de materiais inservíveis e sucatas gerados após um forte vendaval que atingiu Bauru no dia 22 de setembro de 2025. O temporal causou estragos significativos na cidade, incluindo queda de árvores, danos à rede elétrica, a semáforos, a residências e a prédios públicos. Um dos pontos mais afetados foi o Terminal Rodoviário, que teve parte de sua cobertura destruída.
A denúncia central é de que a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) teria vendido os materiais danificados de forma direta, sem a realização de um leilão público, o que poderia representar uma violação à legislação.
Durante a primeira reunião, os vereadores decidiram por uma série de medidas para dar início às apurações. Foi aprovado o envio de um ofício à Emdurb solicitando documentos cruciais para a investigação, como:
- A ordem de serviço que autorizou a venda dos materiais;
- A relação completa de funcionários envolvidos no processo;
- Extratos bancários relacionados à transação;
- Um relatório detalhado dos bens patrimoniais atingidos.
Diligências marcadas e próximos passos
A CEI também definiu a realização de duas diligências externas. A primeira será uma visita à sede da Emdurb, já agendada para a próxima terça-feira. A segunda é uma ida ao delegado responsável pelo inquérito aberto na Polícia Civil sobre o mesmo caso, ainda sem data definida.
Em nota oficial, a Emdurb se defendeu das acusações. A empresa negou qualquer irregularidade e afirmou que todos os procedimentos foram realizados estritamente dentro da legalidade. A empresa também informou que abriu um processo interno para apurar os fatos, paralelamente às investigações da CEI e da Polícia Civil.
A próxima reunião da Comissão Especial de Inquérito da Sucata está marcada para o dia 5 de janeiro. Na ocasião, está prevista a oitiva (audiência) da presidente da Emdurb, Ghislaine Magrini, que deverá prestar esclarecimentos aos vereadores.