130 presas celebram Natal com poesia e música em penitenciária do Amapá
Natal com poesia para 130 presas no Amapá

Uma celebração natalina especial reuniu cerca de 130 mulheres privadas de liberdade na Penitenciária Feminina de Macapá, capital do Amapá, nesta semana. O evento, que contou com atividades culturais e religiosas, teve como objetivo principal fortalecer os vínculos afetivos e contribuir para o processo de ressocialização das internas.

Poesia e música para manter laços familiares

A programação incluiu um concurso de poesia, onde as próprias detentas leram textos de sua autoria. Os poemas produzidos serão enviados aos familiares das participantes, servindo como uma ponte emocional durante o período de encarceramento. Além da leitura, as mulheres acompanharam uma cantata natalina e participaram de um momento religioso. A tradicional distribuição de panetones também fez parte da ação.

Impacto na ressocialização e dignidade

A diretora da unidade prisional, Francineuda Paixão, enfatizou a importância de iniciativas como essa. "Isso permite manter um mínimo de vínculo social e viabilizar políticas públicas dentro da unidade", afirmou, destacando que tais medidas contribuem diretamente para a redução da reincidência criminal e, consequentemente, para a segurança pública.

A psicóloga Ana Cleydi Matias, da 1ª Vara de Execuções Penais, reforçou o aspecto humano da ação. Ela explicou que o evento busca preservar a dignidade das mulheres, lembrando que o encarceramento não deve ser um obstáculo absoluto aos laços afetivos, especialmente em datas simbólicas como o Natal. "Muitas delas veem esse momento como a possibilidade de encerrar ciclos difíceis e iniciar um processo de recomeço", completou a psicóloga.

Um Natal de esperança e recomeço

A celebração transcendeu o caráter festivo, transformando-se em uma ferramenta de apoio psicossocial. Para as 64 mulheres que participaram diretamente das atividades (número que representa parte do total de cerca de 130 internas na unidade), o evento representou um respiro e um estímulo. A iniciativa demonstra como políticas públicas humanizadas dentro do sistema prisional podem abrir caminhos para a reintegração social, focando na recuperação e na manutenção da autoestima das apenadas.