Ibovespa retorna sob pressão após feriado com queda de 1,82% no EWZ
Ibovespa volta sob pressão após feriado com EWZ em queda

O Ibovespa retorna às negociações nesta sexta-feira, 21 de novembro de 2025, enfrentando um cenário complexo após o feriado da Consciência Negra. A bolsa brasileira precisa digerir o desempenho negativo dos mercados internacionais enquanto equilibra notícias positivas e preocupantes no front doméstico.

Pressão externa: Nasdaq cai mais de 2% e puxa EWZ para baixo

Enquanto os investidores brasileiros descansavam no feriado de quinta-feira, as bolsas americanas enfrentavam um dia turbulento. O índice Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, registrou queda superior a 2%, arrastando consigo o S&P 500 e o Dow Jones.

O movimento representou uma virada de chave no humor do mercado. Inicialmente, os investidores comemoraram os resultados da Nvidia, publicados na quarta-feira após o fechamento. A big tech conseguiu convencer o mercado de que sua expansão continua sólida e que o segmento de inteligência artificial não configura uma bolha especulativa.

Porém, ao longo da quinta-feira, as percepções se alteraram radicalmente. Os dados do mercado de trabalho americano, divulgados apenas na quinta devido ao shutdown nos EUA, mostraram que a criação de vagas no final de setembro foi mais robusta do que o previsto. Esta força reduz o espaço para novos cortes de juros pelo Federal Reserve.

Impacto direto no Brasil: EWZ desponta 1,82%

O reflexo imediato para o mercado brasileiro veio através do EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, que registrou queda de 1,82% durante a quinta-feira. Embora as bolsas globais abram esta sexta com baixas menores, analistas alertam que o Ibovespa pode querer compensar o dia negativo no exterior, indicando tendência de baixa.

O cenário internacional se mostra desafiador, com investidores reconsiderando suas posições em meio a expectativas de que os juros americanos permanecerão elevados por mais tempo.

Panorama doméstico: entre alívio e preocupação

No front brasileiro, os investidores enfrentam um balanço entre boas e más notícias. Por um lado, há celebração pela retirada das tarifas de 40% sobre produtos brasileiros, impostas por Donald Trump em julho. Esta decisão remove uma importante barreira comercial e beneficia setores exportadores.

Por outro lado, o mercado digere com preocupação os riscos de sabotagem contra as contas públicas no Senado. A indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal gerou reações negativas entre parlamentares, que ameaçam aprovar as chamadas "pautas-bomba" em retaliação.

Este embate político cria incertezas sobre a trajetória fiscal do país e pode impactar negativamente o ambiente de investimentos. Os próximos dias serão cruciais para entender como se desenvolverá este conflito entre os Poderes.

Neste cenário de altos e baixos, os investidores precisam manter a atenção tanto nos movimentos internacionais quanto nas decisões políticas domésticas que podem definir o rumo da economia brasileira nas próximas semanas.