Ibovespa sobe 0,39% após BC revisar inflação para 3,6% e PIB para 2,3% em 2026
Ibovespa avança com projeção de inflação menor e PIB maior

O mercado financeiro brasileiro reagiu com otimismo nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, após a divulgação de projeções econômicas mais favoráveis pelo Banco Central. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores B3, caminhava para fechar o pregão com uma valorização de 0,39%, negociando próximo aos 157,7 mil pontos.

Relatório do BC impulsiona otimismo

O movimento positivo foi impulsionado pelo Relatório de Política Monetária do Banco Central, que trouxe revisões significativas nas expectativas para a economia. A autoridade monetária ajustou para baixo sua projeção de inflação para o primeiro trimestre de 2026, que passou de 4,0% para 3,6%. Paralelamente, a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 foi elevada de 2,0% para 2,3%.

Esses números indicam uma trajetória mais benigna para os preços no horizonte relevante da política monetária, combinada com uma perspectiva de atividade econômica mais robusta. O cenário foi recebido com alívio pelos investidores.

Bancos lideram alta no índice

Por volta das 17h10, as ações dos grandes bancos, que possuem peso significativo no Ibovespa, operavam no campo positivo, acompanhando a alta geral do índice. O destaque foi o Santander (SANB11), que liderava os ganhos com uma valorização de 1,43%. Na sequência, apareciam Bradesco (BBDC4), com alta de 0,49%, Itaú (ITUB4), que subia 0,28%, e Banco do Brasil (BBAS3), com ganho mais moderado de 0,23%.

No mercado de câmbio, o dólar comercial também operava em leve alta, sendo cotado a R$ 5,52 na mesma época.

Cenário internacional e influências externas

Enquanto o mercado doméstico digeria as notícias do BC, o cenário internacional também atraía a atenção. Nos Estados Unidos, os dados de inflação ao consumidor (CPI) para o período de setembro a novembro subiram 0,2%, acumulando alta de 2,7% em 12 meses. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas, que era de 3%.

Para Nicolas Gass, estrategista de investimentos e sócio da GT Capital, o dado norte-americano é particularmente relevante. “Esse dado é particularmente relevante porque o Federal Reserve (Fed) já iniciou o ciclo de cortes de juros, com uma redução anunciada na semana passada”, comentou. “Dados de inflação vindo em linha são positivos justamente porque ajudam a balizar a política monetária para o próximo ano.”

Em Wall Street, os futuros dos principais índices apontavam para uma recuperação. Às 17h10, o Dow Jones Futuro avançava 0,22%, o S&P 500 Futuro subia 0,88%, e o Nasdaq Futuro ganhava expressivos 1,44%.

Fatores políticos e fluxo cambial

Sobre a leve alta do dólar frente ao real, Nicolas Gass atribuiu o movimento ao cenário político doméstico. Segundo ele, pesquisas eleitorais que apontam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor da corrida presidencial contra Flávio Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) influenciam alguns investidores. “Para o investidor se proteger, ele prefere sair do país, fazendo com que haja fluxo de saída de dólares”, explicou o estrategista.

O dia foi marcado, portanto, pela combinação de um cenário doméstico que mostra melhoras nas projeções de inflação e crescimento, e um ambiente externo onde a inflação dos EUA veio mais controlada, alimentando expectativas sobre os rumos da política monetária global.