Executiva do Bradesco revela o 'degrau quebrado' que trava mulheres
Bradesco: mulher não chega a cargos de liderança

Em um evento realizado em Brasília nesta terça-feira, 11 de novembro de 2025, a superintendente do Bradesco, Daniela Pereira, fez uma análise contundente sobre os desafios que as mulheres enfrentam para alcançar posições de liderança no mercado corporativo brasileiro.

O conceito do "degrau quebrado" na carreira

Daniela Pereira identificou o que chamou de "degrau quebrado" como o principal obstáculo para a ascensão feminina. Segundo a executiva, este é o ponto crítico onde muitas profissionais não conseguem acessar sua primeira função de liderança, criando um efeito cascata que limita todo o percurso profissional posterior.

"É ali que a curva muda. Se a mulher não sobe esse primeiro degrau, tudo o que vem depois fica comprometido", afirmou Daniela durante evento organizado pelo LIDE, onde apresentou dados exclusivos do Bradesco para empresárias e políticas.

Os números da diversidade no Bradesco

A executiva compartilhou indicadores concretos sobre a evolução da presença feminina no banco. Atualmente, as mulheres já representam mais de 50% do quadro funcional e ocupam 39% das posições de liderança.

Um dado especialmente significativo revelado por Daniela mostra que, no último ano, 50% das promoções no Bradesco foram para mulheres. Este resultado reflete iniciativas específicas implementadas pela instituição, incluindo programas de aceleração de carreira, ações de conscientização sobre vieses inconscientes e políticas internas voltadas para retenção de talentos femininos.

Medidas concretas para mudança

Além dos programas internos, Daniela destacou medidas de apoio às famílias adotadas pelo Bradesco, como a licença paternidade estendida e programas de suporte à maternidade. Estas iniciativas visam criar um ambiente mais equilibrado para profissionais com responsabilidades familiares.

A executiva também citou estudos internacionais que comprovam a melhor performance financeira em equipes diversas, reforçando o argumento empresarial em favor da equidade de gênero.

O caminho pela frente

Embora reconheça os avanços recentes, Daniela Pereira alerta que o setor corporativo ainda precisa agir com consistência para reduzir a lacuna de gênero prevista pelo Fórum Econômico Mundial.

"Se não fortalecermos esse primeiro passo, o restante da jornada permanece distante", concluiu a superintendente, enfatizando a necessidade de ações contínuas e efetivas para garantir que mais mulheres possam superar o "degrau quebrado" e alcançar posições de comando no mercado financeiro e corporativo.