O dólar comercial iniciou a sessão desta quinta-feira, 18 de abril, em movimento de baixa frente ao real. Por volta das 9h01, a moeda norte-americana recuava 0,29%, sendo negociada a R$ 5,5057. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, aguardava a abertura dos negócios, marcada para as 10h, em um ambiente de cautela por parte dos investidores.
Agenda Carregada Define o Humor do Mercado
Os agentes financeiros começam o dia com a atenção voltada para uma série de indicadores econômicos relevantes, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Esses dados têm o potencial de moldar as expectativas sobre os rumos da política de juros e, consequentemente, movimentar os mercados.
Nos Estados Unidos, o grande destaque será a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) referente a novembro, marcada para as 10h30 (horário de Brasília). A previsão do mercado aponta para uma alta anual de 3,1%, valor que ainda se mantém acima da meta estabelecida pelo Federal Reserve (Fed). Analistas ponderam, no entanto, que os números podem apresentar menor precisão devido à recente paralisação do governo americano. No mesmo dia, serão divulgados os pedidos semanais por auxílio-desemprego, com estimativa de 225 mil novos requerimentos.
No cenário doméstico, a agenda também é movimentada. Às 8h, o Banco Central do Brasil divulgou o Relatório de Política Monetária referente ao quarto trimestre. O documento traz a avaliação da autoridade monetária sobre inflação, atividade econômica e riscos ao cenário. Posteriormente, às 11h, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, concedeu uma coletiva de imprensa para comentar os detalhes do relatório. Além disso, ocorre nesta quinta-feira uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Pressão Política e Desempenho das Bolsas
Na sessão anterior, o Ibovespa interrompeu uma sequência de quatro altas consecutivas e fechou em queda. O movimento foi atribuído à falta de sinais claros sobre a trajetória dos juros e, principalmente, ao impacto de uma nova pesquisa de intenções de voto para 2026, realizada pelo instituto Genial/Quaest.
O levantamento mostrou o presidente Lula com 41% das preferências, seguido por Flávio Bolsonaro (23%) e Tarcísio de Freitas (10%). Na avaliação de parte do mercado, a perspectiva de manutenção do atual governo tornaria mais desafiador realizar ajustes robustos nas contas públicas, um fator que é visto com ressalvas e impacta negativamente tanto a bolsa de valores quanto a taxa de câmbio.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explicou que a reação à pesquisa fez com que boa parte dos investidores optasse por vender ações, passasse a demandar juros mais altos para comprar títulos públicos e buscasse proteção no dólar.
Desempenho Acumulado
Dólar:
- Acumulado da semana: +2,06%
- Acumulado do mês: +3,51%
- Acumulado do ano: -10,64%
Ibovespa:
- Acumulado da semana: -2,14%
- Acumulado do mês: -1,10%
- Acumulado do ano: +30,80%
Cenário Internacional e Commodities
As bolsas de valores em Wall Street também fecharam em terreno negativo na quarta-feira. O S&P 500 recuou 1,21%, o Dow Jones caiu 0,47% e o Nasdaq registrou perdas de 1,81%. O dia foi marcado por cautela nos mercados globais.
Em contrapartida, os preços do petróleo apresentaram forte recuperação, interrompendo parte da queda acumulada ao longo do ano. A alta foi impulsionada por uma decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela. A medida aumenta a pressão sobre o país, que detém uma das maiores reservas de óleo do mundo.
Com isso, o barril do petróleo WTI, referência nos EUA, subia 2,92%, para US$ 56,74. Já o Brent, usado como referência global, avançava 2,87%, cotado a US$ 60,61 por barril.
No fechamento da quarta-feira, as bolsas asiáticas encerraram em alta, interrompendo dois dias de queda. O movimento foi liderado por ganhos expressivos em ações ligadas à inteligência artificial, enquanto investidores tentavam decifrar os próximos passos do Fed. Os principais índices da região fecharam no azul, com destaque para Xangai (+1,19%) e Hong Kong (+0,92%).