Macapá concentra 65,9% da economia do Amapá, aponta IBGE
Macapá responde por 65,9% do PIB do Amapá em 2023

Os dados mais recentes do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pintam um retrato claro da forte concentração econômica no estado do Amapá. As informações, referentes ao ano de 2023, mostram que a capital, Macapá, é responsável pela maior fatia da produção de riquezas no território estadual.

Macapá lidera com folga a participação no PIB estadual

De acordo com o levantamento, Macapá concentra sozinha 65,92% de toda a economia do Amapá. O valor absoluto do PIB da capital atingiu a marca de R$ 18,47 bilhões no ano passado. Em um distante segundo lugar aparece o município de Santana, com uma participação de 13,30% no PIB estadual, equivalente a R$ 3,73 bilhões.

A disparidade fica ainda mais evidente ao observar as cidades menores. Municípios como Pracuúba e Cutias têm participação inferior a 0,5% cada um na economia do estado, evidenciando o desafio do desenvolvimento regional equilibrado. O estudo foi realizado em parceria com órgãos estaduais de estatística, secretarias de governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

O que revela o PIB per capita nos municípios amapaenses

O IBGE também calcula o PIB per capita, um indicador que divide o valor total da produção econômica pelo número de habitantes. É importante ressaltar que este número não reflete a distribuição de renda, mas sim uma média do que cada pessoa, teoricamente, teria produzido.

No ranking do PIB per capita municipal de 2023, uma surpresa: Ferreira Gomes lidera com R$ 83.706,89, um valor significativamente superior aos demais. Macapá aparece em seguida, com R$ 41.701,25 por habitante. Santana, a segunda maior economia, tem um PIB per capita de R$ 34.619,56.

Confira a posição de alguns municípios:

  • Ferreira Gomes: R$ 83.706,89
  • Macapá: R$ 41.701,25
  • Laranjal do Jari: R$ 38.025,44
  • Santana: R$ 34.619,56
  • Oiapoque: R$ 29.850,96

Desafios da concentração econômica e desenvolvimento regional

A enorme diferença entre a participação de Macapá e dos demais municípios no PIB estadual coloca em foco um desafio histórico para o Amapá: a desconcentração da atividade econômica. Enquanto a capital agrega a maior parte dos serviços, comércio e administração pública, outras regiões dependem de setores como extrativismo e agropecuária, que possuem um valor agregado diferente.

Os dados do IBGE servem como um importante termômetro para políticas públicas, indicando a necessidade de estratégias que possam estimular o crescimento e a geração de riqueza nos municípios do interior, promovendo um desenvolvimento mais homogêneo em todo o estado. A análise do PIB e do PIB per capita ao longo dos anos é fundamental para monitorar se essa distância entre a capital e o interior está aumentando ou diminuindo.