BC mantém Selic em 15% ao ano, mas projeta melhora no cenário inflacionário
Copom mantém juros em 15% ao ano; inflação melhora

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta terça-feira (16 de dezembro de 2025), manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Apesar da estabilidade, o órgão sinalizou uma perspectiva mais otimista em relação ao controle da inflação no país.

Decisão do Copom e cenário econômico

A reunião do Copom resultou na manutenção da taxa Selic no patamar atual, que vigora desde o último ciclo de alta. A decisão foi unânime entre os membros do comitê. Embora não tenha indicado um cronograma para o início de um ciclo de cortes, o Banco Central emitiu um comunicado com tom mais positivo sobre a trajetória futura dos preços.

Os economistas analisam que a mudança no discurso reflete uma avaliação de que os riscos inflacionários estão mais controlados, embora a autoridade monetária ainda priorize a cautela. O cenário externo e a evolução dos indicadores domésticos serão cruciais para os próximos passos.

Brasil em destaque negativo entre os BRICS

O anúncio do Copom reforça uma posição atípica do Brasil no cenário internacional. Em 2025, o país se tornou o único membro do bloco BRICS que não promoveu cortes na taxa de juros. Enquanto nações como Rússia, Índia, China e África do Sul adotaram políticas monetárias mais flexíveis para estimular o crescimento, o BC brasileiro manteve o foco no combate à inflação.

O cenário se repete em um grupo maior: entre as 20 maiores economias do mundo (G20), apenas o Japão também não reduziu seus juros neste ano. A postura conservadora do BC reflete preocupações com a dinâmica de preços e as expectativas dos agentes econômicos.

Contexto de desafios econômicos

A decisão ocorre em um momento delicado para a economia brasileira. Dados recentes mostram que o país tem mais de 80 milhões de pessoas endividadas, um número que pressiona por alívio no custo do crédito. A manutenção da Selic em patamar elevado impacta diretamente o financiamento ao consumidor e às empresas.

Paralelamente, setores importantes da economia seguem atentos. O agronegócio, por exemplo, com produtores de soja e milho acompanhando de perto as condições de trabalho no campo e os custos de produção, que são influenciados pela política monetária.

O Copom deixou claro que o processo de convergência da inflação para a meta ainda requer atenção, e que os próximos passos dependerão da consolidação do cenário favorável. A próxima reunião do comitê está marcada para o final de janeiro de 2026 e será acompanhada de perto pelo mercado.