Padre Fábio de Melo celebra 24 anos de sacerdócio e rebate críticas
Padre Fábio de Melo completa 24 anos de sacerdócio

O sacerdote e comunicador Padre Fábio de Melo, de 54 anos, atingiu recentemente uma marca significativa em sua vida religiosa: 24 anos de ordenação sacerdotal. Para celebrar a data, ele utilizou suas redes sociais para compartilhar uma reflexão profunda e responder publicamente às críticas que tem recebido de parte dos fiéis sobre a forma como exerce seu ministério.

Uma trajetória marcada por julgamentos

Em um desabafo sincero, o religioso iniciou sua publicação abordando diretamente os questionamentos que acompanham sua caminhada. Ele revelou que, ao longo dos anos, muitas pessoas duvidaram de sua aptidão para a vida clerical. "Ao longo da minha vida, muitos me disseram que eu não estava apto para ser padre", escreveu. O padre citou ainda que alguns chegam a pedir sua expulsão da Igreja, utilizando expressões duras como "vergonha para o sacerdócio".

Fábio de Melo, conhecido por seu trabalho na mídia e por abordar temas da fé de maneira contemporânea, não ignorou essas vozes. Pelo contrário, usou o momento de celebração para dialogar com elas, apresentando uma visão teológica sobre a vocação e a imperfeição humana.

A resposta teológica: o "RH" incomum de Jesus

A parte central de sua reflexão foi uma comparação entre as críticas que recebe e a forma como Jesus Cristo escolheu seus próprios discípulos. O padre argumentou que a fé genuína não é construída sobre um ideal de perfeição inatingível.

"Eu entendo essas críticas. Assim como outros, também sou alvo do moralismo que impede uma visão mais ampla", ponderou. Ele então fez uma analogia impactante: "O 'RH' de Jesus foi o mais incomum, pois ele escolheu pessoas que muitos considerariam inadequadas".

Segundo sua interpretação, os "perfeitos" de sua época – aqueles que se julgavam sem falhas – também estiveram presentes, mas não conseguiram seguir a missão de Cristo, por julgá-lo "louco". Dessa forma, Fábio de Melo posiciona sua própria experiência dentro de uma narrativa bíblica mais ampla, que valoriza a transformação e a graça sobre a mera aparência de retidão.

Acolhimento como pilar ministerial

Encerrando seu texto, o sacerdote reforçou qual é o princípio fundamental que guia seu trabalho há quase um quarto de século. O acolhimento incondicional, especialmente dos marginalizados, foi apontado como a base de sua coerência e realização pessoal.

"Há 24 anos, venho acolhendo as pessoas que cruzam o meu caminho, especialmente aquelas que não se sentem aceitas, as que ficam à margem. Só assim posso me sentir coerente no que faço", afirmou com convicção.

Para finalizar, dirigiu um agradecimento direto e emocionado a todos que de alguma forma foram impactados por sua atuação pastoral e midiática. "Se, em algum momento, meu ministério tocou sua vida, agradeço pela confiança. Isso já me faz sentir que valeu a pena ser quem sou", concluiu, fechando a celebração de seu aniversário de ordenação com um testemunho de resiliência e propósito.