O cenário urbano de São José dos Campos está prestes a mudar radicalmente no próximo domingo, dia 16 de novembro. O antigo Hotel Urupema, localizado na Avenida Nove de Julho, no bairro Jardim Apolo, será implodido em uma operação que promete ser tão rápida quanto precisa: apenas seis segundos separarão o edifício de seus escombros.
Operação de Alta Precisão
A implosão está marcada para as 10h da manhã e utilizará 50 quilos de explosivos estrategicamente posicionados para garantir o sucesso da operação. De acordo com os cálculos da equipe técnica, essa quantidade será suficiente para derrubar a estrutura em tempo recorde, gerando aproximadamente nove toneladas de materiais e escombros.
À frente desta delicada missão está o renomado engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, conhecido no meio como Manezinho. Considerado o principal especialista em implosões do Brasil, ele acumula em seu currículo operações icônicas, incluindo a do Carandiru e, mais recentemente, a de um prédio abandonado na avenida Tubarão, no Jardim Aquarius, em agosto de 2024.
Protocolos de Segurança Rigorosos
Apesar da rapidez da implosão em si, os preparativos exigem cuidados extremos. Moradores das redondezas - em uma região central de São José - deverão deixar seus imóveis até as 9h, seguindo para a área de isolamento determinada pela Defesa Civil.
A Engemak Construtora, responsável pelo prédio, estabeleceu um sistema de alertas sonoros para orientar a população:
- 9h: aviso para desocupação dos imóveis
- 9h30: alerta de 30 minutos para a implosão
- 9h55: sinalização de que faltam 5 minutos
- 9h59: contagem regressiva final
O retorno às residências só será autorizado pela Defesa Civil a partir das 10h30. A construtora também recomenda que os moradores fechem todas as janelas e varandas, transportem animais para locais seguros e não estacionem veículos em ruas bloqueadas.
Técnicas Avançadas para Menos Poeira
Em entrevista ao g1, Manezinho explicou que, embora a operação atual seja considerada menos complexa que a do ano anterior - devido às dimensões menores do prédio -, a equipe mantém o mesmo respeito e cautela de sempre. "A gente sempre trata a operação com muito respeito e cautela. É sempre delicado, mas já fizemos dezenas de vezes", afirmou o especialista.
Uma das inovações desta implosão será a tentativa de reduzir a quantidade de poeira gerada durante o desmoronamento. "Vamos tentar uma técnica mais cuidadosa para gerar menos poeira", completou Manezinho, demonstrando a preocupação em minimizar os impactos ambientais e de saúde para a comunidade.
Preparação da Comunidade
Ao longo desta semana, Manezinho e sua equipe de aproximadamente 15 profissionais estarão orientando os moradores sobre os detalhes da operação. O engenheiro reconhece a apreensão natural da população, mas garante: "Já fizemos algumas palestras para explicar para eles como funciona. Estamos à disposição de continuar orientando eles. Nosso objetivo é causar o menor transtorno possível".
Ele ainda ressalta que, apesar dos inevitáveis incômodos, uma implosão causa menos transtornos que uma demolição convencional, que poderia levar meses para ser concluída.
Enquanto os últimos detalhes técnicos são ajustados, São José dos Campos se prepara para testemunhar mais um capítulo em sua transformação urbana, desta vez marcado pela precisão de seis segundos que marcarão o fim de uma era e o início de uma nova paisagem na cidade.