Paralelepípedos de Campinas: Por que a prefeitura quer transformar calçadas históricas em patrimônio cultural
Campinas quer tombamento de paralelepípedos históricos

Em uma iniciativa que está gerando debates acalorados, Campinas prepara um movimento surpreendente: transformar os tradicionais paralelepípedos dos bairros Cambuí e Vila Industrial em patrimônio cultural tombado. A proposta, que pode soar incomum para muitos, representa uma verdadeira revolução na forma como encaramos a preservação da memória urbana.

O que está em jogo?

A Prefeitura de Campinas, através da Secretaria Municipal de Cultura, estuda incluir no Inventário de Proteção do Patrimônio Cultural Municipal (IPPC) todo o calçamento histórico dessas duas importantes áreas da cidade. Não se trata apenas de algumas pedras isoladas, mas de aproximadamente 20 quilômetros de vias públicas que contam parte significativa da história campineira.

Por que preservar paralelepípedos?

Muito além de sua função prática, esses calçamentos representam testemunhos silenciosos de diferentes épocas do desenvolvimento urbano de Campinas. Especialistas apontam que os paralelepípedos:

  • Carregam valor histórico e afetivo para a população
  • Representam técnicas construtivas tradicionais
  • Contribuem para a identidade visual dos bairros
  • Fazem parte da memória coletiva dos moradores

Os bairros envolvidos

O Cambuí, conhecido por seu charme e valor imobiliário, e a Vila Industrial, área com forte apelo histórico, seriam os primeiros a terem sua pavimentação original protegida por lei. A medida impediria a substituição dessas pedras por asfalto ou outros materiais modernos sem autorização especial.

O debate público

Enquanto alguns defendem a preservação a qualquer custo, outros questionam a praticidade da medida. Moradores se dividem entre:

  1. Quem valoriza a estética histórica e a identidade local
  2. Quem preza pelo conforto e facilidade de circulação
  3. Quem busca um equilíbrio entre tradição e modernidade

O processo ainda está em fase de estudos, mas já sinaliza uma mudança significativa na forma como a cidade entende e protege seu patrimônio. A discussão promete esquentar nos próximos meses, colocando em pauta questões fundamentais sobre progresso, memória e identidade urbana.

Uma coisa é certa: as humildes pedras de paralelepípedo, que por décadas suportaram o vai e vem de gerações, agora ocupam o centro de um dos debates mais interessantes sobre o futuro da cidade.