O Zoológico Municipal de Bauru, no interior de São Paulo, encerra o ano de 2025 com uma ótima notícia para a fauna brasileira e para os visitantes. O local ganhou novos moradores, incluindo filhotes nascidos no próprio zoo e animais adultos que chegaram para integrar programas de reprodução. Este trabalho é uma peça fundamental nas ações de recuperação de espécies ameaçadas, realizado em parceria com a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Filhotes que representam esperança
Somente no segundo semestre de 2025, o zoo registrou o nascimento de três filhotes de espécies diferentes, um marco para seus planos de manejo reprodutivo. Cada nascimento é celebrado como uma vitória para a biodiversidade.
Um dos destaques é o nascimento de um segundo filhote de casuar, uma ave de origem australiana conhecida por ser territorialista e de reprodução complexa em cativeiro. No zoo, os casuares vivem separados e só são reunidos no período reprodutivo, entre junho e setembro. Após a postura dos ovos pela fêmea, o macho assume a incubação, que dura de 50 a 60 dias. Para maior segurança, o ovo foi transferido para uma incubadora artificial na fase final, seguindo protocolos internacionais, resultando em mais um filhote saudável.
A diretora do Zoológico de Bauru, Samantha Pereira Lima, ressalta a importância do feito: "O casuar é a ave mais perigosa do mundo e é muito importante para a reprodução e variabilidade genética. Nasceu sob nossos cuidados, assim como o urubu-rei".
Outro nascimento significativo foi o de uma fêmea de urubu-rei, em 15 de setembro. Esta espécie brasileira tem um papel ecológico vital, atuando na limpeza ambiental e no controle de doenças ao se alimentar de carcaças. O ovo também passou por incubação artificial nos dias finais. A filhote, que nasceu com 127 gramas, já pesa cerca de 2,5 quilos e se desenvolve muito bem, sendo alimentada quatro vezes ao dia.
O terceiro nascimento emblemático foi o de um sauim-de-coleira, primata ameaçado de extinção. O filhote já está sob os cuidados dos pais no mesmo recinto de seu irmão, que nasceu em 2024. Na natureza, a espécie divide a criação entre mãe e pai, comportamento que se repete no zoo, confirmando o sucesso do ambiente proporcionado.
Novos moradores adultos para o plantel
Enquanto alguns filhotes ainda não estão em exposição, o público que visitar o Zoológico de Bauru nas férias poderá conhecer novos animais adultos que chegaram para participar dos projetos de conservação.
Segundo Samantha Lima, esses animais integram oficialmente o plantel e os planos de manejo da instituição. A lista de novos residentes inclui:
- Onça-pintada: Uma fêmea vítima de tráfico, resgatada e transferida do Bioparque do Vale da Amazônia. Após quarentena, já vive com o macho residente e pode ser vista pelo público.
- Mico-leão-dourado: Um macho vindo do Zoológico de Pomerode (SC), que formou par com uma fêmea de Guarulhos que já estava em Bauru.
- Anta: Um macho proveniente do Zoológico de Itatiba (SP).
- Suricata: Um casal também transferido de Itatiba.
- Macaco barrigudo: Uma fêmea vinda do Zoológico de Itatiba.
- Macaco-pata: Uma fêmea originária do Animalia Park.
- Mallards: Um grupo de dez patos domésticos, também do Animalia Park.
Um centro de conservação e educação
Para a diretora do zoo, os eventos de 2025 reforçam a missão da instituição. "Os nascimentos registrados reforçam o papel do Zoológico Municipal de Bauru como centro de conservação, pesquisa e educação ambiental", explica Samantha Lima. Ela destaca que cada novo filhote representa um avanço crucial para a proteção das espécies, contribuindo diretamente para a manutenção da biodiversidade e para o fortalecimento dos programas nacionais de conservação.
Com essas novidades, o Zoológico de Bauru se consolida não apenas como uma atração turística e opção de lazer para as férias das crianças, mas principalmente como um ator fundamental na luta pela preservação da fauna brasileira e mundial.
