Bolsonaro passa por cirurgia de hérnia inguinal bilateral em Brasília
Bolsonaro opera hérnia inguinal com autorização de Moraes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido a uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral nesta quinta-feira (25). O procedimento ocorreu no hospital DF Star, em Brasília, e teve duração de aproximadamente três horas, conforme informado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Detalhes da internação e do procedimento

Bolsonaro foi internado na véspera do Natal, dia 24, para a realização de exames pré-operatórios. Esses exames, que incluíram avaliação cardiológica e de risco cirúrgico, atestaram que o ex-presidente estava apto para a operação. A cirurgia teve início por volta das 9h40 e não registrou intercorrências.

O médico Claudio Birolini, integrante da equipe cirúrgica, explicou que foi optado por um método tradicional para tratar a hérnia, em vez de uma técnica laparoscópica. A decisão levou em consideração o histórico de operações anteriores de Bolsonaro, em especial as decorrentes da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.

Contexto jurídico e segurança

Para deixar temporariamente a prisão na Superintendência da Polícia Federal, onde cumpre pena por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro precisou de autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro deferiu o pedido com base em laudo pericial que indicava a necessidade da cirurgia eletiva.

Moraes, no entanto, indeferiu um pedido de prisão domiciliar com base na saúde do ex-presidente. A decisão destacou que a custódia na PF está em local de absoluta proximidade com o hospital, o que não prejudicaria deslocamentos de emergência.

A segurança durante a internação ficou sob responsabilidade da Polícia Federal, que posicionou ao menos dois agentes na porta do quarto hospitalar, além de equipes nas dependências internas e externas do DF Star.

Estado de saúde e próximos passos

O cardiologista Brasil Ramos Caiado, que também integra a equipe médica, afirmou na quarta-feira (24) que o paciente apresentava quadro de depressão e ansiedade. Essa ansiedade estaria relacionada a crises recorrentes de soluço, que atrapalham o sono de Bolsonaro.

O cirurgião Claudio Birolini mencionou que, nos próximos dias, será avaliada a conveniência de um procedimento anestésico para conter esses soluços. A técnica considerada é o bloqueio anestésico do nervo frênico, que enerva o diafragma.

A previsão é de que Bolsonaro fique internado por um período de cinco a sete dias para acompanhamento pós-operatório. Durante a internação, ele está autorizado a receber visitas da esposa, Michelle, e dos filhos Flávio, Carlos, Jair Renan e Laura, mas com a proibição do uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos.

Na manhã da cirurgia, um grupo de apoiadores se reuniu do lado de fora do hospital, realizando orações e exibindo uma bandeira do Brasil. O local também contava com a presença de policiais militares.