Três mortes em motéis de Jundiapeba: casos completam 3 meses sem respostas
3 mortes em motéis de Mogi das Cruzes sem solução

Três mortes registradas em um intervalo de apenas uma semana, em setembro, em dois motéis do distrito de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes, continuam sem respostas três meses depois. As investigações, conduzidas pelo 4° Distrito Policial da cidade, aguardam laudos periciais pendentes para tentar esclarecer as circunstâncias dos óbitos.

Dois casos separados por uma semana

O primeiro caso ocorreu no dia 13 de setembro. O policial militar Eduardo Silvestre, de 47 anos, e Luana Ferreira Barbosa, de 33 anos, foram encontrados mortos dentro da banheira de um motel na Avenida Lourenço de Souza Franco. O casal havia alugado o quarto por um período de quatro horas. Preocupada com a demora na liberação do espaço, uma recepcionista tentou contato pelo telefone interno e, sem obter resposta, decidiu ir até o local.

Ao abrir a porta, deparou-se com os dois corpos. Um detalhe chamou a atenção no boletim de ocorrência: a água da banheira apresentava uma coloração avermelhada. No entanto, não foram observados sinais visíveis de lesões nas vítimas naquele primeiro momento.

Fuga de casal marca segunda ocorrência

Exatamente uma semana depois, no dia 20 de setembro, um novo caso alarmou a região. Roberto Alves dos Santos Junior, de 44 anos, foi encontrado morto, também em uma banheira, mas em outro estabelecimento da mesma avenida, a cerca de quatro minutos de distância a pé do primeiro.

A situação, porém, tinha elementos distintos. Roberto chegou ao motel dirigindo seu próprio carro, acompanhado por um homem e uma mulher. Cerca de uma hora após a entrada do trio, o casal que o acompanhava saiu do quarto e fugiu do local sem efetuar o pagamento, aproveitando a saída de outro veículo pelo portão.

A atitude suspeita levou o responsável pelo motel a verificar o quarto. Após tentativas frustradas de contato, ele abriu a porta e encontrou Roberto já sem vida. O Samu foi acionado por volta das 6h e confirmou o óbito. A Polícia Militar registrou como causa inicial uma parada cardiorrespiratória, mas as investigações continuam.

Investigações em andamento e buscas por testemunhas

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a mulher que estava com Roberto no segundo caso foi identificada, mas não possui residência fixa, o que dificulta sua localização. As diligências para encontrá-la, assim como o homem que os acompanhava, seguem em curso.

As imagens das câmeras de segurança dos estabelecimentos são peças-chave para a polícia. No caso de Roberto, as filmagens mostram claramente o casal saindo do quarto e deixando o local. Equipes policiais realizaram patrulhamento e monitoramento nas imediações na tentativa de localizá-los, mas sem sucesso até o momento.

O ponto crucial para o desfecho das investigações são os laudos necroscópico e toxicológico das três vítimas. Esses exames são essenciais para determinar as causas exatas das mortes e verificar a possível presença de substâncias no organismo. A polícia aguarda a conclusão desses perícias para então traçar as próximas linhas de apuração e entender o que de fato aconteceu naquela semana trágica em Jundiapeba.