Acre representa Amazônia na COP30 com agenda ambiental inovadora
Uma delegação oficial do Acre se prepara para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), levando propostas concretas para enfrentar os extremos climáticos que assolam a região amazônica.
O estado defenderá bandeiras como direitos dos povos originários e soluções climáticas efetivas para mitigar problemas como secas e enchentes, que têm se intensificado nos últimos anos.
Painéis temáticos com experiências acreanas
A programação inclui seis painéis organizados por representantes do estado, abordando desde a prevenção da mortalidade florestal até modelos de governança verde. Entre os temas destacam-se:
Povos indígenas do Acre: territórios vivos, soluções climáticas reais - discutindo a integração entre conhecimento tradicional e políticas ambientais.
O Acre no caminho certo - apresentando experiências de soluções climáticas inovadoras já implementadas no estado.
PPCDQ Acre: um modelo de sucesso subnacional - mostrando como o estado tem contribuído para a conservação da Amazônia e cumprimento de metas climáticas globais.
Contexto de emergência climática
O Acre chega à COP30 em um momento crítico. Em 2025, todos os 22 municípios do estado estiveram em situação de emergência devido à seca dos rios, com o Rio Acre atingindo apenas 26 centímetros da menor cota histórica registrada.
O governador Gladson Camelí (PP) destacou o simbolismo da participação: "É onde o mundo vai olhar de perto o que está em jogo quando falamos sobre mudanças climáticas. O Acre chega com uma trajetória reconhecida de mais de duas décadas de políticas públicas voltadas à sustentabilidade".
Desafios e conquistas recentes
Em 2024, o estado enfrentou uma grave crise de qualidade do ar, com Rio Branco figurando várias vezes como a cidade mais poluída do país devido às queimadas. Porém, em 2025, o monitoramento do Inpe apontou redução acentuada da atividade de fogo na capital acreana.
Quanto ao desmatamento, embora 18,8 mil km² de floresta tenham sido derrubados no Acre em 2024, a média anual chegou ao menor índice em oito anos, com 325 km² entre agosto de 2024 e julho de 2025 - uma redução de 27,6% em relação ao período anterior.
Às vésperas da conferência, o estado aprovou o chamado Orçamento Climático, projeto de lei que institui mecanismo de identificação e organização de ações orçamentárias destinadas ao meio ambiente, aguardando apenas sanção do governador.