A Receita Federal realizou a apreensão de um carregamento de oliveiras centenárias que entravam de forma irregular no Brasil, vindas da Argentina. A ação, que evitou a introdução ilegal das valiosas árvores no país, ocorreu na região de fronteira e culminou com a interceptação de um caminhão.
Operação de fiscalização na fronteira
A operação teve início quando agentes da Receita observaram um caminhoneiro em negociação com uma pessoa em uma caminhonete de placas argentinas, em um posto de combustível. Diante do comportamento suspeito, os servidores passaram a acompanhar o veículo de carga.
O caminhão entrou em uma pedreira desativada na linha de fronteira, onde permaneceu parado durante toda a tarde. A situação levou a equipe a acionar o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) para realizar a abordagem.
Perto da meia-noite, o veículo foi finalmente interceptado no trevo de acesso a Santo Antônio do Sudoeste, no Paraná. Durante a fiscalização, foi confirmado que a carga era composta por oliveiras.
Irregularidades e destino das árvores
A importação desse tipo de vegetal depende de autorização prévia do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que não foi apresentada. A falta desse controle fitossanitário representa um risco grave, pois pode facilitar a entrada de pragas e doenças no território nacional, ameaçando o meio ambiente e a agricultura brasileira.
O motorista apresentou uma nota fiscal com indícios de irregularidade, que informava uma origem falsa na região metropolitana de Porto Alegre e um destino na região metropolitana de Belo Horizonte.
As oliveiras apreendidas serão destinadas à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). A entrega está marcada para esta terça-feira, 16 de abril. Após a conclusão de todos os trâmites legais, a universidade planeja plantar as árvores para utilizá-las em diversos projetos.
Valor do carregamento e uso acadêmico
O valor total da apreensão, incluindo o caminhão, foi estimado em cerca de R$ 800 mil. No mercado brasileiro, cada oliveira centenária pode alcançar valores de até R$ 100 mil, dependendo de fatores como idade, tamanho, forma, origem e custos de logística.
Há registros de oliveiras com aproximadamente 150 anos sendo vendidas por valores entre R$ 35 mil e R$ 55 mil. Exemplares com mais de 60 anos podem custar em torno de R$ 3 mil, sem incluir o frete.
A UEMS pretende usar as árvores em atividades de:
- Paisagismo no campus universitário.
- Pesquisas científicas relacionadas à espécie e sua adaptação.
- Ações de extensão com a comunidade.
- Atividades de educação ambiental.
Esta apreensão destaca a importância da vigilância nas fronteiras para proteger o patrimônio ambiental e agrícola do Brasil contra a entrada irregular de espécies vegetais, que pode trazer consequências imprevisíveis e danosas ao ecossistema.