Moraes vota por condenar 5 ex-comandantes da PM-DF por omissão em 8 de janeiro
Moraes vota condenar 5 ex-comandantes PM-DF por 8/1

Julgamento histórico no STF por omissão nos ataques de 8 de janeiro

O ministro Alexandre de Moraes votou pela condenação de cinco dos sete ex-integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal acusados de omissão durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O julgamento está ocorrendo virtualmente na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.

Acusações e penas propostas

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os sete réus tinham conhecimento prévio dos riscos de invasão aos prédios da Praça dos Três Poderes e dispunham de meios para evitar a destruição, mas optaram por não agir. A PGR destacou que a Lei Penal Brasileira permite a punição por omissões em casos como este.

No voto que abriu o julgamento, Alexandre de Moraes pediu a condenação de:

  • Fábio Augusto Vieira - comandante da PM-DF no dia dos ataques
  • Klepter Rosa Gonçalves - subcomandante
  • Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto
  • Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra
  • Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos

O relator entendeu que houve condutas omissivas e anuência por parte desses policiais militares nos eventos do 8 de janeiro. Moraes propôs para cada um dos cinco acusados a pena de 16 anos de prisão, além da perda dos cargos públicos.

Alertas ignorados e crimes imputados

De acordo com o ministro relator, os réus receberam alertas de inteligência da própria Polícia Militar do DF, da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do Ministério da Justiça que apontavam para a organização de atos violentos e golpistas em Brasília. Apesar dessas informações, os acusados não adotaram medidas preventivas suficientes.

Eles respondem pelos crimes de:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito
  • Golpe de Estado
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União
  • Deterioração de patrimônio tombado

Absolvições e andamento do processo

Alexandre de Moraes votou pela absolvição de dois réus: o Major Flávio de Alencar e o Tenente Rafael Martins, por entender que não existem provas suficientes contra eles.

A defesa dos policiais militares argumenta que eles não cometeram crime ou conduta irregular e pediu a absolvição de todos os acusados.

O julgamento virtual na Primeira Turma do STF continua até a próxima sexta-feira, faltando ainda os votos dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.