Ex-presidente inicia cumprimento de pena por crimes golpistas
O ex-presidente Jair Bolsonaro deu início ao cumprimento de sua pena de 27 anos e três meses de prisão nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025. A determinação partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou o encarceramento na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Bolsonaro foi condenado em setembro por quatro crimes graves: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.
Repercussão internacional acompanha prisão
A agência de notícias Reuters destacou que o STF encerrou formalmente o caso de conspiração golpista contra o ex-presidente, decidindo que todos os recursos foram esgotados e a condenação tornou-se definitiva. A publicação também lembrou que Bolsonaro já havia cumprido mais de 100 dias em prisão domiciliar em outro caso relacionado a alegações de que teria pedido ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que interrompesse processos contra ele.
O jornal britânico The Guardian descreveu as condições do encarceramento: um quarto de 12 metros quadrados em uma base policial na capital federal. A publicação afirmou que a prisão gerou júbilo entre brasileiros progressistas, que associam seu governo a um período de devastação ambiental, isolamento internacional e hostilidade às minorias.
Detalhes do encarceramento e perspectivas futuras
O The New York Times trouxe uma análise sobre a duração da prisão, indicando que especialistas acreditam que Bolsonaro permanecerá pouco tempo na cadeia antes de ser transferido para prisão domiciliar. O jornal americano também recordou que não é a primeira vez que um ex-lider brasileiro é preso, citando os casos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor.
O jornal argentino Clarín revelou que a transferência para a PF ocorreu após Bolsonaro tentar danificar a tornozeleira eletrônica que monitorava seus movimentos durante a prisão domiciliar. Já o El País espanhol destacou que este era um momento aguardado por ativistas de esquerda e familiares de vítimas da COVID-19.
A emissora alemã Deutsche Welle detalhou as condições da cela: 12 metros quadrados com cama, banheiro privativo, ar-condicionado, televisão e escrivaninha. A reportagem também informou que o ex-presidente não terá contato com outros detentos na mesma instalação.
O jornal francês Le Monde concluiu que o ex-capitão do Exército, que mobilizou conservadores para chegar à presidência em 2019 e remodelou a política brasileira, agora enfrenta uma longa pena de prisão que marca um novo capítulo na história política do Brasil.