A China anunciou, nesta sexta-feira, 26 de dezembro de 2025, um pacote de sanções direcionado a 20 empresas e 10 executivos seniores dos Estados Unidos. A medida é uma retaliação direta à venda recorde de armamentos, avaliada em US$ 10 bilhões, que Washington autorizou para Taiwan na semana passada.
Detalhes das Sanções e Empresas Envolvidas
De acordo com um comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores chinês, as sanções determinam o congelamento de quaisquer ativos que as empresas e indivíduos sancionados possuam em território chinês. Além disso, todas as organizações e pessoas de origem chinesa ficam proibidas de realizar negócios com os alvos da lista.
Entre as gigantes americanas da indústria de defesa e aeroespacial atingidas estão a Boeing, a L3Harris e a Northrop Grumman. As restrições também alcançam altos executivos do setor, incluindo o fundador da empresa de tecnologia de defesa Anduril Industries.
A "Linha Vermelha" de Taiwan e a Resposta Chinesa
Pequim reafirmou sua posição inflexível sobre Taiwan, considerada uma "linha vermelha inegociável". Um porta-voz do ministério declarou no comunicado que a questão taiwanesa é o cerne dos interesses centrais da China e que qualquer ação provocativa que ultrapasse esse limite será enfrentada com uma resposta firme.
O governo chinês exortou os Estados Unidos a cessarem os esforços "perigosos" de militarização da ilha, que Pequim vê como uma província rebelde desde o fim da Guerra Civil, na década de 1940. A China ambiciona a "reunificação" com o território e não descarta o uso da força para alcançá-la.
O Acordo de Armas que Acirrou os Ânimos
O estopim da crise foi o anúncio, pelo Departamento de Estado americano, da maior venda de armas da história para Taiwan, um pacote que supera a marca de US$ 10 bilhões. Este é o segundo grande acordo do gênero sob a administração do presidente Donald Trump.
O pacote inclui itens de alto poder ofensivo, como:
- Mísseis anti-tanque
- Drones de ataque
- Sistemas de foguete de alta mobilidade (HIMARS)
Washington justifica a venda como parte de seus interesses de segurança nacional e como um apoio à estabilidade regional, embora não reconheça oficialmente Taiwan como um país independente.
Consequências e Cenário de Tensão
Esta ação punitiva de Pequim aprofunda ainda mais as fissuras na já desgastada relação entre as duas maiores economias do mundo. A China realiza operações militares diárias nas proximidades da ilha, vistas por Taipei como uma campanha de assédio e intimidação.
Enquanto Taiwan mantém um governo democrático e autônomo que rejeita veementemente a ideia de reunificação forçada, a China insiste que a ilha é "inequivocamente e irreversivelmente um território chinês". As sanções anunciadas marcam mais um capítulo de uma disputa geopolítica de longa data, com poucos sinais de resolução no horizonte próximo.