STF ordena transferência de TH Joias para presídio federal após operação
STF transfere TH Joias para presídio federal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a transferência do deputado estadual do Rio de Janeiro Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias, para um presídio federal. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 16 de dezembro de 2025.

Trâmites de transferência já começaram

O parlamentar, que estava custodiado no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, terá sua custódia alterada. Os procedimentos para a mudança começaram na manhã desta terça-feira. Inicialmente, TH Joias estava no presídio de Bangu 8 e será transferido para Bangu 1, como etapa intermediária antes de seguir para uma penitenciária federal, onde o regime é considerado mais rigoroso. A unidade federal de destino ainda não foi confirmada pelas autoridades.

Contexto da prisão e operação policial

A decisão do ministro do STF coincide com a deflagração da segunda fase da Operação Unha e Carne, realizada pela Polícia Federal (PF) no mesmo dia. A operação investiga o vazamento de informações sigilosas para o crime organizado no estado do Rio.

TH Joias foi preso em setembro de 2025, sob suspeita de manter ligações com a facção Comando Vermelho e de atuar em benefício do grupo criminoso durante o exercício do seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

No início de dezembro, o caso ganhou novos desdobramentos com a prisão do então presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União). Ele foi acusado de vazar informações para o deputado estadual às vésperas da operação que prendeu TH Joias. A PF coletou trocas de mensagens entre os dois como parte das provas.

Novo alvo: desembargador do TRF-2

A segunda fase da Operação Unha e Carne teve como alvo principal o desembargador Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O magistrado foi preso preventivamente nesta terça-feira. Ele era o responsável pela condução do processo judicial de TH Joias.

Em nota, a Polícia Federal esclareceu que a ação "se insere no contexto da decisão do STF no âmbito do julgamento da ADPF 635/RJ (ADPF das Favelas)". Essa decisão determinou que a PF investigasse a atuação dos principais grupos criminosos violentos no estado e suas conexões com agentes públicos.

Além dos mandados de prisão, a operação cumpriu dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

O caso continua sob os holofotes da Justiça e da polícia, evidenciando a investigação sobre as relações entre o poder público e o crime organizado fluminense.