O ano de 2025 deixou um gosto marcante na culinária brasileira, uma mistura de doçura viral, polêmicas reais e uma forte valorização de talentos nacionais e internacionais. De norte a sul do país, os sabores e os acontecimentos à mesa foram dos mais diversos.
Do viral à polêmica: os assuntos que dominaram o ano
O sabor do ano, sem dúvida, foi o de morango. A receita do "morango do amor" tomou conta das redes sociais, começando como uma brincadeira e se transformando em um fenômeno nacional. A simplicidade da iguaria, no entanto, não impediu que versões superfaturadas do doce aparecessem em diversos cantos do Brasil, alimentando o debate sobre consumo e modas gastronômicas.
Outro episódio que gerou intensos debates foi de caráter diplomático. Na organização do cardápio para a cerimônia do Prêmio Earthshot, que traria o Príncipe William ao Brasil pela primeira vez em novembro, uma exigência causou mal-estar. O chef paraense Saulo Jennings, 47, da renomada Casa do Saulo, recusou-se a participar após saber que o menu precisaria ser 100% vegano, uma condição imposta pela comitiva real. A decisão dividiu opiniões e colocou em pauta as liberdades criativas dos chefs frente a demandas específicas de clientes ilustres. A chef carioca Tati Lund, 38, do Org Bistrô, permaneceu no projeto.
As polêmicas não pararam por aí. A jurada Renata Vanzetto, do programa Chef de Alto Nível da TV Globo, se viu em apuros após fazer comentários depreciativos sobre o Masterchef da Band durante o Upfront Globo 2026. Diante da repercussão negativa, ela precisou se desculpar publicamente, alegando que seguiu um roteiro com comparativos de audiência e expressando respeito pelos colegas de profissão.
Celebração e inovação: chefs, eventos e novos negócios
No lado positivo, 2025 foi um ano de grande movimentação e valorização da culinária. A coluna GENTE destacou a forte e saborosa "invasão" argentina no Rio de Janeiro, com vários chefs transportando as tradições portenhas para a Cidade Maravilhosa. A culinária contemporânea baiana também ganhou holofotes, com uma lista especial de talentos da região.
Um dos eventos mais significativos foi o lançamento da Rota dos Pescados Alagoanos, fundada por uma parceria de peso: Antônio Mendes (Nalva Cozinha Autoral), Rafael Benamor (Mahr Gastronomia, Parrilla do Mar), Roger Lima (Hatsu Izakaya) e Jonatas Moreira (Akuaba). O projeto é uma verdadeira celebração e declaração de amor aos frutos do mar locais.
A capital peruana, Lima, reconhecida mundialmente como um destino gastronômico de excelência, foi tema de um programa especial, mostrando a influência e a qualidade da cozinha peruana.
Investimentos milionários e encontros internacionais
O cenário de negócios também fervilhou. A versão brasileira do famoso Chelsea Market de Nova York começou a tomar forma no edifício Basílio 177, na região central de São Paulo. E os olhos se voltaram para 2026 com o anúncio de O Ramal, um centro gastronômico que promete revolucionar o setor.
Este empreendimento, que abrirá suas portas no próximo ano, contou com um investimento de 20 milhões de reais e envolveu extensas pesquisas de campo ao redor do mundo conduzidas por Bruno Scacchetti, 45, CEO da Metaforma, e Cairê Aoas, 41, da Fábrica de Bares.
No plano internacional, a chef Morena Leite, do Grupo Capim Santo (com casas em São Paulo e Trancoso), teve a honra de ser a responsável pelo cardápio de um encontro oficial da APEX em Paris. O evento recebeu as primeiras-damas Janja da Silva (Brasil) e Brigitte Macron (França), elevando o nome da gastronomia brasileira no exterior.
Para coroar um ano de reconhecimento, a Le Cordon Bleu, a maior escola de gastronomia do mundo, que possui uma unidade no Rio de Janeiro, comemorou seus 130 anos de história. A instituição serviu de cenário para programas semanais da coluna, disponíveis no canal de VEJA no YouTube, marcando a união entre tradição, ensino e a vibrante cena gastronômica brasileira atual.
