A briga pública entre o cantor sertanejo Zezé Di Camargo e o SBT, que culminou no cancelamento de um especial de Natal, tem motivações que vão além das críticas políticas trocadas publicamente. O conflito, que ganhou as redes sociais nesta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, estaria profundamente ligado a problemas comerciais e ao fracasso nas vendas das cotas de patrocínio do programa.
Críticas políticas foram a gota d'água
A crise estourou de forma visível quando Zezé Di Camargo publicou um vídeo com fortes críticas direcionadas às filhas de Silvio Santos. O motivo imediato foi a presença do presidente Lula (PT) na inauguração do SBT News. A reação da emissora foi rápida e direta: o cancelamento do especial "Zezé Di Camargo & Luciano - Especial de Natal", que estava programado para ir ao ar na quarta-feira, 17 de dezembro.
No entanto, fontes próximas ao Metrópoles revelam que a insatisfação do artista era anterior ao episódio político. O cantor já estaria incomodado com o desempenho comercial do projeto, que não atingiu as expectativas financeiras iniciais.
O fracasso nas vendas de patrocínio
Os bastidores mostram um cenário de negócios complicado. O valor inicial de cada cota de patrocínio do especial girava em torno de R$ 400 mil. Diante da dificuldade em atrair anunciantes para preencher a tabela, o SBT teria partido para uma estratégia de descontos considerados agressivos no mercado.
Os descontos oferecidos chegaram a 90% do valor original, uma tentativa extrema de viabilizar o projeto. Mesmo com a redução drástica no preço, as marcas não demonstraram interesse suficiente, e as negociações não avançaram como o esperado pela emissora e, aparentemente, pelo próprio artista.
Uma crise com múltiplas camadas
A situação expõe uma crise com várias facetas. Publicamente, o estopim foi a divergência política, com o artista usando suas redes para expressar descontentamento com a linha editorial da emissora. Nos bastidores, porém, a frustração comercial parece ter criado um terreno fértil para o desentendimento.
O caso ilustra como tensões comerciais mal resolvidas podem, quando somadas a outros fatores, explodir em conflitos abertos que atingem a imagem pública tanto do artista quanto da rede de televisão. O cancelamento do especial, portanto, não é apenas uma resposta a uma crítica, mas possivelmente o ponto final em uma relação já desgastada por expectativas financeiras não atendidas.
O episódio deixa claro que, no mundo do entretenimento, as brigas públicas muitas vezes são apenas a ponta visível de um iceberg de desavenças comerciais e estratégicas que permanecem nos corredores e nas reuniões de negócio.
