Influenciadores usam pets de IA para aumentar engajamento nas redes
Influenciadores adotam pets de IA para engajar seguidores

Uma nova e curiosa tendência está tomando conta das redes sociais: influenciadores digitais estão usando animais de estimação criados por inteligência artificial para aumentar o engajamento de suas publicações. A prática, que já virou febre em outros países, começa a dar seus primeiros passos também no Brasil.

Engajamento "fofinho" gerado por algoritmos

A busca por mais likes, comentários e compartilhamentos tem levado criadores de conteúdo a adotarem estratégias inusitadas. A mais recente delas envolve a criação de imagens de pets perfeitos e irresistíveis, que na realidade não existem. A alemã Anna Wein, que possui mais de 1 milhão de seguidores, é um exemplo dessa tendência. Em uma postagem no Instagram, ela apareceu ao lado de cachorros gerados por IA com a legenda "só eu, vivendo meu sonho". Muitos seguidores reagiram com encantamento, sem perceber que os animais eram digitais.

Na Inglaterra, a criadora de conteúdo Zoe Ilana Hill foi além. Ela utilizou a inteligência artificial para produzir uma foto sua ao lado de filhotes de veados. Em entrevista à BBC, Zoe declarou: "Não quero ver a Inteligência Artificial como uma ameaça à minha carreira. Quero que seja algo que eu possa trabalhar junto". Ela ainda revelou que plataformas como Facebook, Instagram e TikTok têm incentivado os influenciadores a incorporarem a tecnologia em seu trabalho.

A realidade brasileira e os avatares digitais

No Brasil, o uso de animais virtuais ainda não é uma prática massiva, mas profissionais da área já exploram as possibilidades da IA de outras formas. Lara Akel, influenciadora com mais de 250 mil seguidores, contou que criou um avatar idêntico a ela para realizar propagandas em cenários impossíveis. "Eu ia desfilar no deserto do Saara, com as roupas da marca, mas eles não deixaram", explicou. A solução foi usar a tecnologia para simular a situação desejada.

O debate sobre autenticidade e inovação

Essa nova fronteira digital levanta questões importantes sobre autenticidade e os limites da inovação no marketing de influência. Por um lado, a tecnologia abre portas para criatividade e soluções para limitações logísticas ou financeiras. Por outro, a linha entre a realidade e a ficção nas redes sociais se torna ainda mais tênue, com o risco de o público se sentir enganado por conteúdos totalmente fabricados.

A tendência, que surgiu como uma "febre gringa", demonstra como a inteligência artificial está se tornando uma ferramenta corriqueira na rotina de quem vive das redes sociais. O caso ocorrido em 21 de dezembro de 2025 com Anna Wein é apenas um exemplo de como a busca por engajamento está moldando novas formas de produção de conteúdo, onde até os momentos "fofinhos" e espontâneos podem ser meticulosamente planejados por um algoritmo.