Em uma participação recente e bastante franca no podcast Mythical Kitchen, Macaulay Culkin, hoje com 45 anos, abriu o jogo sobre os bastidores de sua infância sob os holofotes. O ator, que se tornou um ícone mundial ao estrelar "Esqueceram de Mim" (1990) e sua sequência, "Esqueceram de Mim 2 - Perdido em Nova York" (1992), revelou que a solidão foi uma marca constante daquela época.
A solidão diante das câmeras
Culkin, que tinha apenas 10 anos quando protagonizou o primeiro filme da franquia, fez uma comparação impactante. Ele disse que, ao rever "Esqueceram de Mim" recentemente, teve a sensação de estar em um filme como "Náufrago". A diferença, segundo ele, é que o personagem de Tom Hanks tinha uma bola de vôlei para conversar, enquanto ele, muitas vezes, estava completamente só.
"É importante lembrar que muitas das coisas que fiz quando era criança não envolviam um elenco. Eu trabalhava sozinho", afirmou o ator. Ele também desmistificou uma curiosidade comum dos fãs: as cenas com Joe Pesci. "Se você assistir ao filme, vai perceber que fazemos talvez duas cenas juntos. Depois disso, sou eu praticamente sozinho em uma casa", explicou.
A pausa necessária para viver a adolescência
Após o sucesso estrondoso no início da década de 1990, que incluiu filmes como "Meu Primeiro Amor" (1991), "O Anjo Malvado" (1993) e "Riquinho" (1994), Culkin decidiu diminuir drasticamente o ritmo. Ele só retornou às telas anos mais tarde, em 2003, com "Party Monster".
A decisão, segundo ele, foi motivada por um desejo simples, mas inatingível durante o auge da fama: viver uma adolescência comum. "Eu queria sair, me divertir, namorar, andar com pessoas da minha idade, ir a festas. Você não imagina quantos bar mitzvahs eu perdi", revelou, com um tom de humor e nostalgia.
Fama precoce e a perda da privacidade
Outro fator decisivo para o afastamento foi o peso da fama súbita e a consequente erosão de sua privacidade. Culkin usou uma metáfora simples e poderosa para descrever a situação: comparou o sucesso a um tubo de pasta de dente. "Depois que sai, não tem como colocar de volta", refletiu, destacando a irreversibilidade da exposição pública.
O ator também ressaltou que sua trajetória não foi um plano de carreira meticuloso. "Não era como se eu ficasse pedindo aos meus pais para ser famoso. Eu simplesmente comecei a fazer, era bom nisso e continuavam me chamando", concluiu, minimizando qualquer noção de que a fama foi uma busca consciente desde tenra idade.
Há dois anos, Macaulay Culkin recebeu um reconhecimento por sua contribuição ao cinema: uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. A homenagem consolida a marca indelével que o ator mirim deixou na cultura pop, uma marca que, como ele mesmo conta, foi gravada entre momentos de glória e profunda solidão.