O mundo das artes marciais está de luto. Darrell Gholar, ex-lutador do UFC e campeão de luta greco-romana, faleceu na última segunda-feira, dia 15 de janeiro, aos 63 anos de idade. A notícia da morte do atleta gerou uma onda de tristeza e homenagens, especialmente entre os brasileiros que tiveram suas carreiras influenciadas por ele.
Uma carreira sólida no wrestling antes do MMA
Antes de se aventurar nas artes marciais mistas, Darrell Gholar construiu uma trajetória de destaque no wrestling. Durante sua passagem pela Universidade de Minnesota, ele foi capitão da equipe de luta livre. Após a carreira universitária, o atleta conquistou três títulos nacionais da modalidade.
Seu talento também o levou a representar os Estados Unidos em competições internacionais. Gholar atuou como capitão da seleção americana no Campeonato Mundial de 1986 e também foi suplente da equipe olímpica que competiu nos Jogos de Seul, em 1988.
O legado no Brasil: pioneiro do wrestling no vale-tudo
A transição para o MMA marcou o início da importante contribuição de Darrell Gholar para o esporte no Brasil. Segundo o jornalista especializado Marcelo Alonso, ele se mudou para o país e se tornou um dos primeiros lutadores estrangeiros a ensinar wrestling no cenário do vale-tudo brasileiro.
Seu conhecimento foi fundamental na formação de uma geração de campeões. Gholar colaborou diretamente no desenvolvimento de atletas como Vitor Belfort e Rodrigo Minotauro. Além deles, também auxiliou nos treinos de estrelas internacionais como Dan Henderson e Bas Rutten, disseminando as técnicas da luta greco-romana.
Passagem pelo UFC e título mundial
No Ultimate Fighting Championship, Darrell Gholar competiu no UFC 18, em 1999, onde foi derrotado por finalização (mata-leão) por Evan Tanner. Ao longo de sua carreira profissional no MMA, que durou três anos, ele disputou 11 lutas, com um cartel de cinco vitórias e seis derrotas.
Um de seus maiores feitos no esporte aconteceu em 2001, quando venceu o Campeonato Mundial de Vale Tudo, realizado no Recife. Na ocasião, Gholar superou os brasileiros Silmar Rodrigo e Fabrini de Souza para conquistar o cinturão.
Problemas de saúde e reconhecimento tardio
Em 2013, a vida do ex-lutador mudou drasticamente. Ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) devido a complicações causadas pela hipertensão, o que resultou na paralisia de alguns membros. Apesar das limitações físicas decorrentes do problema de saúde, seu legado para o esporte não foi esquecido.
Em 2023, pouco antes de sua morte, Darrell Gholar recebeu um importante reconhecimento: a Medalha da Coragem, concedida pelo Hall da Fama Nacional da Luta Livre dos Estados Unidos, um tributo merecido a um pioneiro que cruzou fronteiras para moldar o MMA brasileiro.
A morte de Gholar foi lamentada publicamente por Vitor Belfort nas redes sociais, em uma emocionante homenagem ao amigo e mentor. A partida do atleta deixa um vazio, mas também um legado indelével na história das artes marciais no Brasil.